Ganhadora do Nobel da Paz promete levar prêmio de volta à Venezuela
Por Terje Solsvik e Gwladys Fouche
OSLO, 11 Dez (Reuters) - A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz María Corina Machado disse que planeja levar seu prêmio de volta para a Venezuela, mas não quis dizer nesta quinta-feira quando retornaria ao seu país de origem, depois de sair em grande segredo para receber a homenagem.
A líder da oposição venezuelana chegou a Oslo na madrugada desta quinta-feira, mas não conseguiu chegar à capital norueguesa a tempo para a cerimônia de premiação realizada horas antes. Os eventos para ela também estavam programados para esta quinta-feira.
A engenheira de 58 anos deixou secretamente a Venezuela rumo a Oslo, desafiando uma proibição de viagem de uma década imposta pelas autoridades e depois de passar mais de um ano escondida.
"Vim para receber o prêmio em nome do povo venezuelano e o levarei de volta à Venezuela no momento certo", disse ela aos repórteres no Parlamento, vestida de branco, recusando-se a dizer quando isso aconteceria.
Quando Corina Machado ganhou o Prêmio Nobel da Paz em outubro, ela o dedicou em parte ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse que ele próprio merecia a honraria.
Ela se alinhou aos falcões próximos a Trump que argumentam que Maduro tem ligações com gangues criminosas que representam uma ameaça direta à segurança nacional dos Estados Unidos, apesar das dúvidas levantadas pela comunidade de inteligência dos EUA.
Em uma coletiva de imprensa, Corina Machado foi questionada se apoiaria uma invasão dos Estados Unidos em seu país natal e disse que seu país já havia sido invadido por atores como agentes russos e iranianos e cartéis de drogas.
Sua presença na Noruega ocorre em meio às crescentes tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, com o governo Trump tendo ordenado mais de 20 ataques militares nos últimos meses contra supostos navios de tráfico de drogas na região.
Maduro e seu governo sempre negaram qualquer envolvimento com o crime e acusam os Estados Unidos de buscar uma mudança de regime com o desejo de controlar os recursos naturais da Venezuela, especialmente suas vastas reservas de petróleo.
(Reportagem de Terje Solsvik, Gwladys Fouche, Miguel Pereira, Tom Little e Leonhard Foeger em Oslo e Ilze Filks em Estocolmo)
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