Emater reduz em 7,6% projeção de safra de trigo do RS
SÃO PAULO, 11 Dez (Reuters) - A safra de trigo do Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no Brasil, foi estimada nesta quinta-feira em 3,4 milhões de toneladas, queda de 7,6% ante a projeção anterior, divulgada em outubro, segundo avaliação da empresa de assistência técnica local Emater.
"A redução final se deve principalmente às chuvas ocorridas na transição de outubro para novembro, que coincidiram com o avanço da colheita em parte do Estado e provocaram perdas de massa e de qualidade dos grãos", disse o órgão vinculado ao governo gaúcho em nota.
"Além disso, os efeitos da maior incidência de doenças fúngicas, especialmente giberela, que atingiu parte das espigas, reduziram o volume efetivamente colhido", acrescentou.
Com isso, o Rio Grande do Sul deverá produzir menos do que no ano passado, quando a safra somou 3,7 milhões de toneladas, diante de uma redução na área plantada para 1,15 milhão de hectares, ante 1,33 milhão em 2024.
A Emater citou que houve diferenças significativas nas produtividades do trigo em decorrência das condições climáticas e dos níveis de investimento tecnológico, resultando em faixas distintas de rendimento. As zonas de maior rendimento, situadas acima de 3.500 kg/ha, abrangem as regiões administrativas de Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim.
A colheita do trigo no Estado está praticamente finalizada, segundo a Emater.
SOJA
A Emater informou que o plantio de soja 2025/26 no Estado, um dos principais produtores brasileiros da oleaginosa, atingiu 76% da área projetada de 6,74 milhões de hectares.
O índice está atrás da mesma época do ano passado, de 80% e da média histórica, de 84%, com produtores lidando com o tempo seco durante o período do plantio.
"O predomínio de temperaturas elevadas, a baixa umidade e a irregularidade das precipitações abreviaram os trabalhos de campo e prejudicaram o estabelecimento das áreas implantadas mais tardiamente", disse.
A Emater, contudo, não alterou no relatório estimativa de produtividade média, vista em 3.180 kg/ha, o que representaria um salto na comparação com os 2.009 kg/ha da safra passada, afetada pelo clima seco.
Para o milho, a Emater afirmou que a área semeada permaneceu em 89%, mesmo índice da semana anterior, em razão da persistente escassez de chuvas, por três semanas, até o dia 7 de dezembro.
A onda de calor intensificou a evapotranspiração e reduziu a umidade disponível no perfil do solo", disse, citando algumas perdas no potencial produtivo. O Estado é o principal produtor de milho na primeira safra.
(Por Roberto Samora)
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