AgRural eleva previsão de safra de soja do Brasil e vê início da colheita no PR e MT
22 Dez (Reuters) - A produção de soja do Brasil deve alcançar um recorde de 180,4 milhões de toneladas na safra 2025/26, estimou nesta segunda-feira a AgRural, elevando sua previsão em cerca de 1,9 milhão de toneladas ao incorporar projeções de produtividade baseadas em dados de campo.
Em boletim, a consultoria afirmou que o novo número baseia-se em área plantada de 49,1 milhões de hectares e produtividade média de 61,2 sacas por hectare.
Essas projeções indicam um crescimento de 3,8% na área plantada no maior produtor e exportador global de soja, considerando a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o ciclo 2024/25.
No caso da produtividade, que seria recorde se a estimativa da AgRural for confirmada, o crescimento anual seria de 1,4%.
Com o avanço de área computado, a safra poderia aumentar quase 9 milhões de toneladas ante o recorde anterior de 2024/25.
"Sobre a produtividade, vale destacar que o clima ainda precisa ajudar nas áreas mais tardias para esse número se concretizar", disse o analista da AgRural Adriano Gomes.
Segundo ele, as condições climáticas precisariam se manter favoráveis em janeiro e fevereiro, principalmente.
A AgRural disse ainda que registrou, na semana passada, as primeiras colheitas da temporada 25/26 de soja em áreas isoladas do oeste do Paraná e do médio-norte, leste e oeste de Mato Grosso.
"A expectativa é de que essas regiões continuem colhendo nos próximos dias, mas um avanço mais robusto dos trabalhos só deve ser registrado em janeiro, desde que haja condições climáticas favoráveis para a entrada das máquinas".
"De qualquer maneira, tanto no oeste do Paraná quanto em Mato Grosso, os primeiros relatos são de produtividades muito boas", ressaltou Gomes.
Questionado, o analista afirmou que "é normal ter registro de colheita pontual agora na reta final de dezembro".
Ele avaliou que esse início da colheita não deve estar influenciando o mercado, já que "o volume colhido e pronto neste momento é pequeno, e em Mato Grosso os primeiros relatos são em maioria em pivô (de irrigação)".
(Por Letícia Fucuchima, Gabriel Araujo e Roberto Samora)
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