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Temer: ‘Se não houver ousadia, o governo se converte numa covardia’

Por Agência O Globo

30/09/2016 10h52 — em
Brasil



SÃO PAULO. O presidente Michel Temer saiu em defesa nesta sexta- feira da reforma do ensino médio que seu governo encaminhou ao Congresso por meio de uma medida provisória. O peemedebista reagiu às críticas de que faltou discussão sobre as mudanças propostas. Ele classificou como “ousadas” as medidas anunciadas e disse que elas serão responsáveis por uma “grande revolução”.

— Eu vejo que ela foi muito bem recebida com uma ou outra voz dissonante. Mas isso não nos preocupa porque com certeza essa matéria será suficientemente debatida e aprovada, fazendo uma grande revolução no ensino médio — disse Temer.

O presidente minimizou as críticas, dizendo que o governo está sendo mal compreendido.

— Se não houver ousadia, o governo se converte numa covardia. Por isso estamos tendo medidas ousadas, mal compreendidas no primeiro momento, mas depois dará grande suporte popular ao governo.

As declarações foram feitas durante a abertura de um seminário organizado pelo revista “Exame” em São Paulo. Temer foi convidado a palestrar no evento. Por quase 30 minutos, o presidente repetiu o diagnóstico da situação fiscal e social do país, sempre destacando que esse é um quadro herdado por ele sobre o qual seu governo não tem “nenhuma culpa”.

— Chegamos a quase 12 milhões de desempregados e reitero que não foi culpa minha — frisou o presidente.

Ele queixou-se das críticas que o PT e aliados têm feito às reformas fiscal, da Previdência e trabalhista.

— Essa é outra coisa que se divulga que é uma quase falsidade tão impune que as pessoas acabam acreditando. Dizem que o governo é tão despropositado que só assumiu para acabar com direitos dos trabalhadores e saúde e educação.

Temer reafirmou que a reforma previdênciaria não “violara direitos adquiridos”. Mas evitou entrar detalhes nas mudanças.

O peemedebista reafirmou nesta manhã que não está preocupado com a sua popularidade ao prometer aprovar medidas duras na área fiscal.

— Não estou preocupado com a popularidade mad com o Brasil. Se eu ficar impopular mas o Brasil crescer, me dou por satisfeito.

O único momento de descontração do discurso de Temer foi quando confidenciou que não usará mais mesóclise.

— Quero dizer aqui a vocês que não vou usar mais mesóclise porque li num artigo ontem de um cidadão até ilustre me criticando porque falo o português corretamente. Não entendi muito bem mas o título era “Comunicar-se-ão”. Aí eu disse pra mim que não usaria mais.

Na frase seguinte, traído pelo costume, o presidente soltou um “fazê-lo”, para risos da plateia.

— Eu tomo a liberdade de fazê-lo, opa, dizer isso porque essas coisas vão senfo divulgadas e daqui a pouco sou eu o inadequado.

O presidente saiu sem dar entrevista. Ele fica em São Paulo até a eleição de domingo, quando deve votar pela manhã num bairro da Zona Oeste.


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