SUS aprova uso de membrana da placenta para tratar queimaduras
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS aprovou o uso da membrana amniótica — uma parte da placenta — como curativo biológico para o tratamento de queimaduras em hospitais públicos do Brasil. A técnica, já utilizada há décadas em outros países, até então era restrita a pesquisas no país. A expectativa é que o novo método amplie em até quatro vezes os estoques desse tipo de curativo nos bancos de tecidos.
A membrana amniótica é retirada com autorização da mãe logo após o parto. Flexível e resistente, ela pode ser aplicada em diferentes áreas do corpo, como mãos e rosto, funcionando como uma barreira contra infecções e acelerando a cicatrização. Além disso, reduz significativamente a dor do paciente ao cobrir as terminações nervosas expostas pela queimadura.
O material é submetido a um processo de limpeza e exames, depois é armazenado em geladeiras específicas. Segundo o chefe do Banco de Tecidos da Unidade de Queimados do Hospital das Clínicas, André Paggiaro, além de ser um tratamento eficaz, a adoção em larga escala pode salvar vidas ao reduzir o risco de infecções — principal causa de morte entre queimados graves.
A regulamentação final, com critérios para doação, uso e hospitais habilitados, ainda será definida pelo Ministério da Saúde. A previsão é que o tratamento esteja disponível no SUS no início do próximo semestre. O pintor Leonardo da Silva, primeiro paciente a receber o curativo aprovado, relatou melhora significativa no quadro clínico e redução da dor.
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