A CPI da Covid-19, deu andamento nesta quarta-feira (5), com a coleta do depoimento do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich. Ele responde uma série de perguntas da comissão, que envolvem desde a indicação da cloroquina para tratamento precoce, até a contratação de vacinas para imunizar a população brasileira. A sessão chegou a ter um breve desentendimento entre senadores.

Teich, que teve passagem relâmpago pela Saúde, de apenas 29 dias, após a saída de Henrique Mandetta, falou que sua saída se deu devido à falta de autonomia em relação a decisões tomadas como chefe do Ministério. O ex-ministro disse a Randolfe que não participou da reunião técnica do governo recomendando uso de cloroquina. Mas confirmou reunião entre ele, Bolsonaro e o CFM em que foi apresentada carta pela ampliação do uso do medicamento.Teich informou ainda que não sabia sobre a fabricação da cloroquina realizada pelo Exército Brasileiro e que também não chegou a indicá-la como tratamento precoce, até pela falta de comprovação de eficácia.

Durante a sessão, houve um breve desentendimento entre os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que defendeu o chamado "tratamento precoce", com a cloroquina:

“90 a 95% das pessoas que têm a doença cursam assintomáticas, leves ou moderadas. Tomar um copo de água é a mesma coisa que tomar um ou vinte comprimidos de hidroxicloroquina. A água é melhor porque não dá efeito colateral”, disse Otto a Heinze. “Como 90% a 95% das pessoas cursam dessa forma, não custa nada um charlatão receitar hidroxicloroquina. O doente ia ficar bom de qualquer jeito, e ele diz que foi hidroxicloroquina que salvou o paciente”, acrescentou. 

Otto Alencar ainda completou, falando a Luiz Carlos Heinze: “Certamente, da maneira que Vossa Excelência falou, com tanta raiva de quem se coloca contra aqueles que prescrevem de forma incorreta e não são médicos, nesse laboratório de utilização para bovinos uma vacina antirrábica não cava inadequada para Vossa Excelência”