Bolsonaro pede desculpas a Moraes e admite que não tinha provas contra ministros

O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10). Ele negou ter indícios de que integrantes da Corte teriam recebido dinheiro durante as eleições e afirmou que sua declaração anterior foi um "desabafo" em uma reunião privada. “Me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de desvio de conduta”, disse.
Bolsonaro é um dos réus da Ação Penal 2668, que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente é peça central de uma organização criminosa que atuou para romper a ordem democrática. A fase atual do processo reúne os depoimentos do chamado "núcleo crucial", composto por militares e ex-auxiliares próximos de Bolsonaro.
Ao chegar ao STF, Bolsonaro declarou que poderia “falar por horas” se tivesse liberdade durante o depoimento. No entanto, horas antes, Moraes havia negado um pedido da defesa do ex-presidente para exibir vídeos durante o interrogatório. Bolsonaro rebateu: “Não achei nada”, em referência às imagens que alegava ter como provas.
Além de Bolsonaro, já foram ouvidos na ação penal nomes como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno. A PGR atribui ao grupo crimes como golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Após os depoimentos, o processo segue para diligências e, em seguida, julgamento pela Primeira Turma do STF.
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