O historiador e comentarista político Marco Antonio Villa falou nesta terça-feira (28) sobre ter sido afastado pela direção da Jovem Pan por 30 dias.

Ele foi comunicado na última sexta-feira (24) logo após criticar, no 'Jornal da Manhã', a gestão do atual presidente, Jair Bolsonaro, e membros do governo, como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro.

Questionado pelo Uol, Villa foi direto:  "Não estou de férias nem fui demitido. O que aconteceu foi o seguinte: após o 'Jornal da Manhã' recebi a comunicação do vice-presidente da empresa [José Carlos Pereira] dizendo que não queria os meus serviços pelos próximos 30 dias".

"Não é agradável o que eu estou passando, não sou moleque, tenho história, compromisso com a história. Mas como diz o poeta: "tento manter a espinha ereta (não me dobro aos poderosos) e o coração tranquilo", completou.

Sobre os rumores de que tenha sido afastado por criticar Bolsonaro, ele diz: "Seria leviandade da minha parte dizer que ele teve um dedo nessa história. Não posso dizer que 'sim', nem que 'não'. Seria uma irresponsabilidade".

Mas completa: "Eu sempre tive a postura crítica em relação aos quatro últimos governos: Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Isso incomoda o nosso poder. O poder nunca gostou de críticas".

"Recebi o comunicado com surpresa e não gostei, obviamente. Mas é evidente que eu aceitei. Continuo trabalhando, potencializando nas redes sociais, no YouTube (enquanto o país está explodindo)", disparou.

Por fim, Villa diz que ainda não decidiu se irá retornar ao ar após os 30 dias afastado. "Estou refletindo se volto ou não".

Conforme o Uol, a assessoria da Jovem Pan não retornou à tentativa de contato.