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Família Gracie tem 'racha' por conta da eleição para Presidente

Por Portal Do Holanda

31/10/2018 21h40 — em
Famosos & TV


Foto: Reprodução

A família mais importante das artes marciais está dividida após as eleições de 2018.

Tudo começou quando Robson Gracie, de 83 anos, presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Rio de Janeiro, fez uma homenagem a Jair Bolsonaro quando ele ainda era candidato à Presidência, concedendo a ele a graduação de faixa preta em jiu-jitsu.

Revoltado, Reyson Gracie, vice-presidente da Federação se pronunciou sobre a atitude do irmão, chegando a pedir que ele renuncie o seu cargo após o ato político sem autorização do clã.

Conforme reportagem do Uol Esporte, apesar de Robson e maior parte da família apoiar Bolsonaro, outra parte da família se uniu a Reyson na indignação em relação ao ato do mais velho da família.

“A federação jamais poderia prestar homenagem a um político que tem como ídolo um torturador, assassino e ocultador de cadáveres como esse ‘senhor’ coronel Brilhante Ulstra”, escreveu Reyson.

Membros do clã lembraram que Robson Gracie foi preso e torturado nos anos 70 durante a ditadura militar, que o considerava subversivo. Reila Gracie, que pesquisou durante 10 anos a história da família na biografia de Carlos Gracie, escreveu que ao ser torturado por 70 dias, Robson "foi submetido a choques elétricos e, desesperado, tentou várias vezes se matar jogando-se de cabeça contra a parede”.

Segundo o Uol, Robson negou ter sido torturado e confirmou ter sido preso. Ele disse ainda desconhecer a relação de Bolsonaro com a tortura. “Eu fui preso, mas não tomei um tapa, ela não sabe da história. Abomino a tortura, isso ultrapassa tudo que o ser humano tem que ser na vida. Não sei se ele [Bolsonaro] foi torturador ou não foi".

Conforme o próprio professor de jiu-jitsu, ele não foi torturado porque teve um tratamento diferenciado, mas viu muita gente ser torturada.  “Eu fui pra ser torturado, todo mundo que foi lá deve ter entrado na porrada. Quando estive lá eu vi coisas terríveis, eu vi gente gritando, berrando. Mas eu tive um tratamento diferenciado porque tinha sido professor do presidente Figueiredo", afirmou.

Reila Gracie, filha de Carlos e mãe de Roger Gracie, gravou um vídeo ao lado do irmão Reyson repudiando o presidente eleito de extrema direita e criticando o Robson por ter usado o esporte para fazer propaganda do seu candidato. “Uma coisa é individualmente as pessoas se pronunciarem. Cada um tem o direito de escolher suas posições políticas. Outra coisa é uma instituição usar o esporte como uma propaganda política, como uma manifestação direta em época de eleição. É uma violação à própria posição institucional diante do esporte, um desrespeito ao esporte, aos atletas e à própria filosofia do esporte.”.

“A pessoa passar por tudo o que passou e ainda assim defender alguém que minimiza os horrores da ditadura é uma coisa que não consigo entender. Pra mim, isso é uma patologia. Chama-se síndrome de Estocolmo”, completou ela, que relembrou a história da criação do jiu-jitsu por monges budistas que eram contra armas, em comparação à proposta de Bolsonaro armar a população civil.

“Trata-se de uma arte foi criada por monges budistas, que inventaram movimentos e técnicas de defesa corporal porque não se utilizavam de armas. É inadmissível que uma federação do esporte, criada por meu pai e meu tio, prestar uma homenagem a um político que faz apologia à tortura, isso poderia ser crime e está até passível de sofrer um processo”, disse.

Fonte: Uol Esporte

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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