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Wilson não sabe ser grande, mas insiste em ser pequeno


Por Raimundo de Holanda

23/12/2020 20h18 — em
Bastidores da Política


  • Ao fazer o anúncio das medidas de prevenção à Covid, Wilson Lima travestiu-se da grandeza que se espera de um governante, mas logo despiu-se dessa virtude...

O governador do Amazonas, Wilson Lima,  adotou medida tardia, mas necessária, para fazer frente a pandemia. Determinou  o fechamento de  shoppings, restaurantes e o comércio não essencial. Mas a proibição só vale a partir do dia 26, como se a Covid 19 tivesse dado uma trégua. Não deu: foram 9 mortos nas últimas 24 horas,  número que inchou ao longo desta quarta[-feira, elevando o total de  óbitos  para 22, resultado  do represamento de eventos fúnebres causados pelo virus e que precisam ser investigados pelo Ministério Público. A eles, a fundação de Vigilância Sanitária chama, eufemisticamente. de mortes constatadas por "critérios clínicos, de imagem", mas não diz a data em que ocorreram. Portanto, sob suspeita de manipulação.

Ao fazer o anúncio das medidas de prevenção à  Covid, Wilson Lima travestiu-se da grandeza que se espera de um governante, mas logo  despiu-se dessa virtude, ao acusar o prefeito de Manaus, Arthur Neto,  de não ter agido para combater a pandemia. O que não é verdade. Arthur adotou todas as medidas necessárias, apesar da forte oposição do presidente Bolsonaro, com o prefeito sendo acusado de  implantar o terror na população, quando ele agia em defesa da sociedade.

Isso em um momento no qual o governador estava engessado, incapaz de agir, sujeito a investigações que o apontavam como líder de uma organização  criminosa que superfaturava a compra de respiradores.

Wilson pode readquirir a grandeza que se espera de um governador responsável. O primeiro  passo é falar a verdade e pedir desculpas ao prefeito, que não é  menor porque está saindo, tendo cumprido o seu papel.

Pedir desculpas aos comerciantes, por ter esperado para agir em um período no qual o comércio mais fatura e mais emprega. Admitir que foi negligente não é vergonha, é virtude. 

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.