Wilson não sabe ser grande, mas insiste em ser pequeno
- Ao fazer o anúncio das medidas de prevenção à Covid, Wilson Lima travestiu-se da grandeza que se espera de um governante, mas logo despiu-se dessa virtude...
O governador do Amazonas, Wilson Lima, adotou medida tardia, mas necessária, para fazer frente a pandemia. Determinou o fechamento de shoppings, restaurantes e o comércio não essencial. Mas a proibição só vale a partir do dia 26, como se a Covid 19 tivesse dado uma trégua. Não deu: foram 9 mortos nas últimas 24 horas, número que inchou ao longo desta quarta[-feira, elevando o total de óbitos para 22, resultado do represamento de eventos fúnebres causados pelo virus e que precisam ser investigados pelo Ministério Público. A eles, a fundação de Vigilância Sanitária chama, eufemisticamente. de mortes constatadas por "critérios clínicos, de imagem", mas não diz a data em que ocorreram. Portanto, sob suspeita de manipulação.
Ao fazer o anúncio das medidas de prevenção à Covid, Wilson Lima travestiu-se da grandeza que se espera de um governante, mas logo despiu-se dessa virtude, ao acusar o prefeito de Manaus, Arthur Neto, de não ter agido para combater a pandemia. O que não é verdade. Arthur adotou todas as medidas necessárias, apesar da forte oposição do presidente Bolsonaro, com o prefeito sendo acusado de implantar o terror na população, quando ele agia em defesa da sociedade.
Isso em um momento no qual o governador estava engessado, incapaz de agir, sujeito a investigações que o apontavam como líder de uma organização criminosa que superfaturava a compra de respiradores.
Wilson pode readquirir a grandeza que se espera de um governador responsável. O primeiro passo é falar a verdade e pedir desculpas ao prefeito, que não é menor porque está saindo, tendo cumprido o seu papel.
Pedir desculpas aos comerciantes, por ter esperado para agir em um período no qual o comércio mais fatura e mais emprega. Admitir que foi negligente não é vergonha, é virtude.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.