Quando você morrer será lembrado...
Muita gente morre no Brasil. Em 2023, segundo o IBGE, foram 1,5 milhão de óbitos, uma média de 4 mil por dia. Mas pouco se ouviu falar das Marias e dos Antônios, dos Pedros e dos Andrés, dos Raimundos também... gente anônima que passou pela vida entre sombras, fracassos e medos, com o silêncio como linguagem oculta em meio a grande sofrimento. Vozes não ouvidas, vidas não percebidas.
O comentário vem a propósito da larga repercussão dada à morte de Preta Gil.
Num país atrasado, em que os políticos fazem tudo para manter a farsa da busca da igualdade de direitos, na medida em que enterram o mérito, poucos são os que brilham.
É preciso ter luz própria ou ser herdeiro de um nome.
Ou ter a sorte de achar o veio de ouro - que vem do saber, das oportunidades criadas, do espaço conquistado mesmo contra os embaraços de sistemas indecentes de cotas, que estimulam a fuga de cérebros, enquanto o País embica no atraso.
Todo homem ou mulher que morre deveria ser lembrado. Primeiro, por ter existido. Segundo, porque vida e morte se conectam.
ASSUNTOS: Preta Gil
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.