Compartilhe este texto

Os 1,1 milhão de votos que o governador do Amazonas não soube honrar


Por Raimundo de Holanda

22/08/2021 20h46 — em
Bastidores da Política



Os eleitores vão para as urnas no próximo ano carregando o preço  de escolhas equivocadas. Em 2018 havia um apelo nacional por mudança, motivado pela degradação da política. Mas a aposta no novo se revelou um desastre na maioria dos estados. No Amazonas, as promessas de ética na política foram para o cesto do  lixo.

Não foi exatamente um estelionato eleitoral, com mudança de plataforma ideológica após a eleição. Não: foi a negação da ética prometida, foi a incursão do novo governante no mundo do crime, na violação da moral pública, na apropriação de recursos destinados à saúde da população.

Dois anos de governo foram suficientes para os órgãos de controle apontarem uma quadrilha e seu chefe: "o governador Wilson Lima", indiciado em inquérito da Polícia Federal e denunciado pela Procuradoria Geral da República junto ao Superior Tribunal de Justiça.

Cerca de 1,1 milhão de eleitores votou em Wilson em 28 de outubro de 2018. Em Manaus  ele ganhou em todas as secções eleitorais. Era, aparentemente, o inicio de um novo tempo. Resultou  em tudo o que foi dito acima e na desilusão dos eleitores com a política.

É possível que em 2022 os eleitores, na ânsia de acertar, cometam novos erros.Mas o bom da democracia é que, ao contrário de qualquer outro sistema de governo, ela permite que os cidadãos interfiram no Executivo e no Legislativo, mudem seus quadros  ou os referendem como prêmio pelo seu desempenho.

No caso do Amazonas, é preciso retirar o lixo pelo voto e apostar no que pode dar certo. E, nesta circunstância, a experiência deve ser levada em conta.

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.