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Onde o estado não chega, o crime ocupa primeiro


Por Raimundo de Holanda

03/11/2025 17h48 — em
Bastidores da Política


  • A falta de investimentos federais em infraestrutura e fiscalização no Estado do Amazonas facilita a ação de criminosos e penaliza o homem da região, limitado pelo poder público em atividades básicas de sobrevivência, como se criminoso fosse.
  • Esse quadro de omissão apenas favorece o avanço de economias ilegais e a consolidação de redes criminosas, que prosperam onde o Estado brasileiro é ausente.

A importância estratégica e ambiental do Amazonas contrasta com o abandono de suas peculiaridades regionais. A ausência de políticas públicas federais voltadas ao desenvolvimento sustentável e à integração territorial mantém o estado em permanente instabilidade. 

A explosão de balsas de garimpo no rio Solimões, nas áreas de Iranduba e Manicoré, ilustrou a incapacidade do poder público de controlar a mineração ilegal e prevenir desastres ambientais.

A dependência quase exclusiva do transporte fluvial explica a ausência de políticas sociais e compromete o controle territorial. E onde o Estado não chega, o crime chega primeiro.

As consequências sociais desse processo são profundas. Comunidades ribeirinhas e indígenas enfrentam deterioração das condições de vida, ausência de oportunidades e crescente insegurança.

Embora a Constituição imponha à União o dever de reduzir desigualdades regionais, o Amazonas segue fora das prioridades nacionais. 

O governo federal direciona vultosos recursos à promoção de grandes eventos, além de incentivar a exploração de petróleo em áreas de alta complexidade ambiental. Ao mesmo tempo, negligencia medidas concretas de integração econômica e social e não prioriza a conclusão da única rodovia federal capaz de atenuar o isolamento local, sob o argumento de restrições ambientais.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.