O direito dos pedestres e o pesadelo dos motoristas nas ruas de Manaus
Em qualquer cidade do mundo com uma população minimamente civilizada as faixas de pedestres são respeitadas - não por estarem vinculadas por lei como passaporte de pessoas, mas porque pessoas são importantes. É a regra básica para viver em sociedade. Mas o que acontece em Manaus? Os motoristas não respeitam as faixas e atropelam pedestres, como investiga o Ministério Público do Estado Amazonas? Não é bem assim. Em Manaus, o desrespeito começa pelos entes públicos em busca de solução imediata para problemas que eles criaram.
O sinal com a respectiva faixa de pedestre em frente ao Tribunal de Contas do Estado, por exemplo, colapsou o trânsito em dois sentidos, e contribui pouco para mobilidade urbana e a segurança dos pedestres.
Surgiu depois de um pedido feito pelo TCE à Prefeitura de Manaus durante a gestão da conselheira Yara Lins. O TCE poderia ter sugerido a construção de uma passarela. Não o fez. Poderia, como ente público, ter construído a passarela, contribuindo com o município e os cidadãos. Não o fez. Não interessava.
O prejuízo que essa faixa com o respectivo sinal vem causando ao cidadão é imensurável. Quem circula na área sabe disso.
Outro exemplo de falta de planejamento urbano e cuidado com os pedestres é a faixa colocada na mesma avenida, em frente ao condomínio Ephigênio Sales. Esta no local da parada de ônibus. O passageiro que desembarca e tenta a travessia é imediatamente exposto a um sério risco de atropelamento. Os motoristas que vêm à esquerda não conseguem ver se alguém pisou na faixa.
É necessário repensar Manaus. O Ministério Público precisa se ater a esses detalhes,
Outra coisa mal feita que coloca em risco centenas de vidas é a sinalização da estrada da Ponta Negra. Faixas se sobrepõem a outras, tornando o tráfego na avenida um caos.
Os motoristas vão levando. Se alguns são mal educados e desequilibrados são produtos de uma cidade em desequilíbrio.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.