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Opção partidária tardia coloca em risco candidatura de Amazonino ao Governo. Saiba o por quê


Por Raimundo de Holanda

29/03/2022 21h30 — em
Bastidores da Política



Com  a janela partidária se fechando, o ex-governador Amazonino Mendes se apressou em anunciar  que ingressará no Cidadania. Não é a melhor opção, mas foi o que sobrou para ele. O cipoal de partidos sumiu, pescado ou cooptado. Tanto faz. Amazonino poderia ter esperado até o dia 2 de abril, mas as opções diminuíram drasticamente. O PSDB, por falta de uma liderança forte,  entrou em crise  com a decisão do senador Plinio Valério de  disputar a pré-candidatura ao governo do Amazonas, o que obstaculizou o ingresso do ex-governador no partido.

Amazonino assina com o Cidadania imaginando que o PSDB, onde desejaria estar, formará uma federação com o novo partido. O problema é que, mesmo em federações, as convenções partidárias são realizadas sob o crivo  dos diretórios nacionais, quando nos estados os diretórios são provisórios - caso do PSDB e Cidadania no Amazonas.

Amazonino sabe os riscos que corre: o primeiro deles é perder a indicação para o senador Plínio Valério na convenção de eventual federação  formada pelo Cidadania e o PSDB. Segundo, os dois partidos decidem não formar federação .  Ai Amazonino disputaria a eleição em um partido nanico, sem densidade eleitoral e sem candidatos de peso a cargos de deputado estadual, federal e senador.

Mas ainda, repito: na possibilidade de confirmada a Federação de PSDB com o  Cidadania, Amazonino ficaria na constrangedora posição de disputar a vaga com o senador Plinio Valério. Pior, num quadro em que a escolha não seria feita no Amazonas, mas pela junção das executivas nacionais dos partidos, que no caso de federação, terá um único cnpj, mas com maioria tucana por ser o maior partido.

Mas porque o candidato ao governo não seria escolhido pelo diretório regional? Porque nos estatutos dos partidos, especialmente do PSDB, consta que nos estados onde houver executivas provisórias (caso do Amazonas), as decisões sobre candidaturas passarão pelo crivo das executivas nacionais, o que aumenta as chances de indicação de Plinio Valério.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.