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Jair Bolsonaro tenta intimidar senadores do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

21/05/2021 20h06 — em
Bastidores da Política


  • Nem Omar Aziz nem Eduardo Braga se intimidaram diante de um presidente decadente, com apoio popular em declínio e com sérios problemas envolvendo corrupção em seu governo - das rachadinhas do filho às denúncias de malfeitorias no Ministério do Meio-Ambiente.

O presidente Bolsonaro fez uma provocação aos senadores Omar Aziz (PSD-AM)  e Eduardo Braga (MDB-AM), membros da CPI da Covid e críticos do seu governo: "o que seria de Manaus sem a Zona Franca, criada pelos militares?”. Bolsonaro não disse de forma explícita que tenha a intenção de acabar com a Zona Franca de Manaus, mas se dirigiu diretamente aos dois senadores do Amazonas. Não fez isso inocentemente, suas palavras escondem uma ameaça, uma tentativa de intimidação.

Não colou, mas atiçou seus cegos seguidores nas plataformas digitais e acabou duramente criticado pelos dois senadores.

Bolsonaro sabe que não tem poderes para acabar com o modelo industrial de Manaus, mas pode sufocá-lo, reduzindo subsídios, isentando de impostos a importação de produtos similares aos fabricados na Zona Franca.

Mas Bolsonaro sabe, como poucos governantes, usar de chantagem para isolar ou tentar enquadrar adversários, expô-los como se fossem vilões diante de eleitores desavisados.

Nem Omar Aziz nem Eduardo Braga  se intimidaram diante de um presidente  decadente, com apoio popular em declínio e com sérios problemas envolvendo corrupção em seu governo - das rachadinhas do filho às denúncias de malfeitorias no Ministério do Meio-Ambiente.

E vem mais lixo palaciano por aí.

Fora as omissões diante de uma pandemia que matou até esta sexta-feira 450 mil brasileiros.

A CPI da Covid começa a entrar nos porões bolsonaristas, onde o vírus nasceu. Há pus que deve ser  drenado para  impedir que essa infecção, que também é moral,  se generalize e mate mais brasileiros

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.