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Eleitor cada vez mais decepcionado com os políticos


Por Raimundo de Holanda

10/05/2022 20h53 — em
Bastidores da Política



O nível de abstenção no Estado do Amazonas vem se mantendo crescente a cada eleição e chegou em 2018 a cerca de meio milhão  de eleitores. É um número alto, que somado aos votos brancos e nulos  indica insatisfação com a politica e com os políticos.

O fato de o eleitor delegar a um político o poder de representá-lo e ter prazo para cobrar suas promessas ou avaliar seu desempenho - 4 anos - é muito longo.

O deputado, o vereador, o prefeito ou governador saem da eleição como vencedores e acabam legislando ou  governando, na maioria das vezes, de costas para seus eleitores.

O interesse público, vendido nas eleições,  é logo substituído pelo interesse de cada um. Privatizam tudo. Do salário (geralmente reajustado a bel-prazer de cada um) às cotas parlamentares. Casos nos quais os eleitores poderiam ser chamados a opinar.

O dinheiro movimentado pelas casas legislativas é muito alto. Somente em 2021, por exemplo, a Assembléia Legislativa do Amazonas  empenhou  R$ 401 milhões, mas ainda ficou bem atrás de um Poder que gasta muito e precisa ser aprimorado para promover aquilo a que se propõe: a justiça. O Tribunal de Justiça do Amazonas empenhou R$ 956 milhões no mesmo período, o TCE outros R$ 396 milhões e o Ministério Público  R$ 401 milhões.

Dinheiro do contribuinte pouco fiscalizado, e que resulta em cotas de toda ordem, em PAE que torna o poder público mãe de um grupo de privilegiados.

Somente ano passado, com pagamento de Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), 144 juizes, desembargadores  e pensionistas do Tjam  receberam 300 mil cada um. É um direito que eles têm. Mas isso precisa mudar

É esse sistema arcaico que o eleitor esclarecido clama por mudança. Mas ninguém quer ouvir porque ouvir significa abrir mão de privilégios.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.