Denúncia de Omar Aziz contra conselheira do TCE tem efeito de uma bomba no Amazonas
A denúncia feita pelo presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, contra a conselheira Yara Lins, acusada de enriquecimento ilícito, ocultação de bens e de receber “comissionamentos” de empresários, fechou o duto que supostamente regava as contas de outras personalidades do Estado do Amazonas. Este é o primeiro efeito da denúncia. Que tem consequências previsíveis.
Omar mirou uma conselheira do Tribunal de Contas e acabou acendendo o pavio de uma bomba que vai explodir em várias direções.
As conexões do governo do Amazonas com as empresas que supostamente fazem o negócio sujo, em troca de blindagem, começam a ser mapeadas pelos órgãos de controle.
O dinheiro do “comissionamento”, eufemismo para propina, superdimensionado a partir de pagamentos indenizatórios de reconhecimento de dívidas passadas é previsto em lei, desde que o serviço tenha sido feito e exista relatório circunstanciado e detalhado para ser quitado. Ocorre que muitas das demandas seriam artifícios para justificar o repasse ilegal de dinheiro público para negócios escusos.
O estranho de tudo isso é o fato de o governo não ter recorrido contra decisões da conselheira. Mas o dinheiro teria outros fins e o tamanho do duto é extenso, passa do Amazonas e chegaria a Capital da República.
As empresas denunciadas teriam outras obrigações, que iriam além dos “comissionamentos” a personalidades locais. O duto desaguaria no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubistchek.
Mas de onde sairia tanto dinheiro? Dos pagamentos indenizatórios ficticiamente aprovados? Não. Teria outras fontes e a investigação, a cargo da Controladoria Geral da União, Procuradoria Geral da República e Polícia Federal não ficará restrita à conselheira. Será o Amazonas passado a limpo. Não sem tempo.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.