Contágio, desmaio e medo nos postos de testagem contra Covid em Manaus
Apesar da nova cepa ser menos agressiva, a ocupação de leitos vem subindo perigosamente. Em 9 de janeiro eram 68 os casos que exigiam hospitalização. De terça-feira para hoje, quarta, 19, o número de internados chegou a 466, o que indica um caminho ainda tortuoso e incerto
Autoridades de saúde no Amazonas temem que as próximas duas semanas sejam de pico da Covid 19. O número de infectados em 24 horas somou 7.505, isso porque foram disponibilizados postos de testagem em vários locais de Manaus. Medida correta, mas com riscos que poderiam ter sido evitados: a procura tem sido grande, há aglomerações, desmaios, exposição a chuva e ao sol. Sintomáticos e assintomáticos num mesmo espaço e uma avenida para um contágio ainda maior.
Pedir que uma população assustada - mesmo alguns sem sintomas - deixe de procurar os postos de testagem é não compreender o trauma de um ano atrás, quando a Covid matou milhares de pessoas em Manaus.
Há medo no rosto das pessoas, há pânico, o que atrapalha muito o trabalho de agentes de saúde, especialmente em spas e prontos-socorros de Manaus.
Uma campanha nas mídias sociais, tv e rádio ajudaria muito a manter a calma nesse momento especialmente delicado.
COLAPSO À VISTA
Apesar da nova cepa ser menos agressiva, a ocupação de leitos vem subindo perigosamente. Em 9 de janeiro eram 68 os casos que exigiam hospitalização. De terça-feira para hoje, quarta, 19, o número de internados chegou a 466, o que indica um caminho ainda tortuoso e incerto
O fato de a ômicrom não comprometer os pulmões diretamente , seu grande potencial de disseminação aponta para o risco iminente de um novo colapso da rede hospitalar.
CRIANÇAS AFETADAS
As crianças começam a ser afetadas de forma surpreendente pela Covid em Manaus. Uma ala inteira do Hospital Dr Fajardo foi destinada nesta quarta-feira para aos menores com sintomas da doença.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.