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Cinismo de um lado, fingimento de outro. Veja como eleitores e pré-candidatos se completam


Por Raimundo de Holanda

20/01/2022 19h08 — em
Bastidores da Política



Na guerra de cinismo, ninguém sabe quem é mais descarado, repugnante - se os futuros candidatos com suas falsas promessas ou os eleitores, que fingem acreditar nelas.

Como vencer uma eleição? É a pergunta que muitos pré-candidatos ao governo do Amazonas estão fazendo neste momento. A resposta passa por motivar o eleitorado - já cansado de promessas e experiências mal sucedidas. O caminho pode estar nas fotografias que as pesquisas mostram atualmente, mas o eleitor é ao mesmo tempo instável e astuto. Para a maioria pouco interessa as qualidades dos candidatos ou os projetos de governo. Interessa o presente e o valor ( monetário) que  podem auferir com o voto, que afinal tem seu preço.

O pão na mesa, um tapinha nas costas, a conta de luz paga, um emprego provisório.Tudo o que é passageiro, tudo o que se dissipa depois da eleição e se transforma num grande pesadelo. Tem sido assim o tempo todo.

O eleitorado apenas piorou a noção que tinha de governo, de democracia, de representatividade no Parlamento, de bem estar social. Agora vive em bolhas e o mercantilismo tornou-se mais agressivo.

Na guerra de cinismo, ninguém sabe quem é mais descarado, repugnante - se os candidatos com suas falsas promessas ou o eleitor que finge acreditar nelas.

Com a verdade fragmentada é difícil  romper as bolhas que se formaram com as redes sociais, nem conter o ódio que dali deriva. Mas os negócios florescem de fora para dentro e o bem mais valioso oferecido pelos que vivem nesse mundo paralelo é a mentira avassaladora, a “verdade alternativa”, que  mina a crença num futuro melhor,  num Amazonas e num Pais mais justo, com cidadãos conscientes.

Afinal nada se constrói sem as pessoas e se elas estão em bolhas e oferecem a peso de ouro a força da arrogância e do ódio  que elas sabem produzir e disseminar em grande escala e há gente disposta a comprar,  como será o Amazonas e o Brasil no futuro ?

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.