Amor de mentira
- Hoje vou falar de amor. Não do meu Amor - que resiste heroicamente a tantos desafios, mas de casais amigos, que se separaram repentinamente....
Você deve estar cansado de um noticiário que se repete todos os dias. Talvez tenha percebido que o mundo mudou radicalmente, e que é importante fugir de algumas armadilhas - como os cancelamentos, tão comuns num mundo ironicamente conectado.
Certamente você compartilha do desencanto coletivo com o "outro".
Hoje, quero fugir do cotidiano, da briga dos políticos por emendas, da incompetência de Lula, da interferência de ministros do Supremo na liberdade dos cidadãos, e do inferno que a Águas de Manaus transformou essa cidade. Vou falar de amor.
Não do meu Amor - que resiste heroicamente a tantos desafios. Mas de casais amigos, que se separaram repentinamente.
O amor verdadeiro não se resume a uma palavra. Mas a gestos, cuidado. Tudo o que ela ou ele não deu e nem recebeu .
Faz poucos dias duas famílias que conheço perderam o chão.
O amor, que nunca existiu, se revelou como obsessão pelo sexo, dependência emocional , desejo, posse - tudo o que acaba e se transforma em ódio.
Eu admirava a forma como incialmente se tratavam. No começo era “amor, amor, te amo”. Com o tempo percebi que eles excluíram o a e r e começaram a se tratar apenas por "mô". Era "mô" pra cá, "mô" para lá.
Se o amor não se resume a uma palavra, mô explica o quê? Que a relação está acabando, que ambos se enganaram desde o primeiro encontro.
Dizer "te amo" mil vezes não faz sentido, quando o "outro" foi transformado apenas em objeto do desejo ou de posse. E aqui há vários sentidos para posse.
Não quero cansá-lo, mas fugir da acidez dos comentários que faço diariamente na ilusão de que alguém perceberá que a intenção é defender você.
Então, boa noite. Faça da sua relação uma ponte para a felicidade. E lembre-se: amar de verdade é cuidar, proteger, preservar, respeitar.
ASSUNTOS: amor
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.