Agora lascou de vez
Desde sábado o diesel deu um salto, ficou mais caro que a gasolina e impactou no preço de tudo: o pão subiu de preço, a carne, o feijão, as frutas. Num país onde a economia anda sobre rodas e o transporte depende do diesel, não havia cenário pior do que esse. E vai piorar mais ainda, com a ameaça de greve de caminhoneiros e com os trabalhadores de um modo geral reivindicando reajustes salariais.
Tudo isso, mais uma campanha eleitoral em curso – com radicalismos de lado a lado – vai criando uma situação de caos com desfecho previsível: insatisfação popular, greves, protestos e o vazio institucional que tudo isso provoca.
Se o cenário de crise beneficia um dos candidatos a presidente é uma questão ainda a ser avaliada, mas que empresta valor e força ao discurso da oposição, ah isso é fato, o que não significa que parte dessa crise não possa ser atribuída a governos passados e a um clima de confronto que envolve os poderes hoje no País.
Torcer pelo pior até as eleições, como muitos estão fazendo, é conspirar contra famílias pobres que já sofriam numa situação menos piorada e que agora se veem sem pão e sem futuro. São cicatrizes que não se fecham com um novo governo, seja de continuidade ou não. Leva tempo para curar as feridas de um país doente.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.