Descarte de lixo no Peru pode ter contaminado Rio Javari; MP investiga
Manaus/AM - O Ministério Público do Amazonas (MPAM) instaurou um procedimento administrativo para fiscalizar ações de prevenção e mitigação de riscos à saúde em Benjamin Constant, no interior do estado. A medida ocorre após relatos de aumento nos casos de doenças gastrointestinais e denúncias de descarte irregular de resíduos sólidos na cidade peruana de Islândia, que fica às margens do Rio Javari, na fronteira com o Brasil.
Segundo o promotor de Justiça Alison Almeida Santos Buchacher, há indícios de que o despejo inadequado de lixo no território peruano esteja comprometendo a qualidade da água consumida pela população amazonense. A preocupação se intensifica no período de cheia do rio, quando o contato dos moradores com a água aumenta significativamente.
O MPAM solicitou informações à Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) sobre possíveis impactos na captação e fornecimento de água potável. Também requisitou à Secretaria Municipal de Saúde um levantamento oficial sobre os casos de doenças gastrointestinais e as medidas adotadas para enfrentar o problema.
Além disso, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi acionada para intermediar contato com a pesquisadora Geise Canalez, autora de estudo sobre a contaminação do Rio Javari. O MPAM também pediu informações à Procuradoria da República em Tabatinga sobre eventuais ações civis públicas relacionadas ao descarte de resíduos sólidos e solicitou à Defesa Civil um relatório sobre medidas emergenciais para minimizar os efeitos da poluição.
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