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Governo de deputados leva Amazonas ao colapso econômico. E eles só pensam em eleição


Por Raimundo de Holanda

18/06/2017 19h17 — em
Bastidores da Política



Se não houver uma mudança radical no modo de agir do governo interino e a criação urgente de um gabinete de crise, o próximo governador terá de refazer o Amazonas a partir do que sobrar da ‘aventura’ eleitoral dos deputados que comandam o Estado a partir da Assembleia Legislativa. 

Só no primeiro trimestre a arrecadação tributária caiu R$ 237 milhões, em termos nominais, apurado pela Sefaz. Em relação ao orçamento projetado a perda foi de 663,6 milhões.

O  governo interino, prestes a completar o primeiro mês,  não fez até agora nenhum movimento específico de ajuste  para equilibrar a balança entre despesas e receitas. Pelo contrário, tem promovido gastos. O reflexo é profundamente negativo nas contas do Estado. 

Até este fim de semana, o ‘foco’ foi a sucessão no governo e as manobras políticas em torno de candidaturas. Duas coisas que revelam falta de compromisso público e apego pessoal ao cargo.

Enquanto técnicos do governo se preocupam com a falta de comando e empresários esperam pelo pior, a campanha eleitoral chega hoje para colocar mais dúvidas sobre o futuro.

MUDANÇA NA COMPOSIÇÃO DE CHAPAS

Pode não ter sido nas convenções de sexta-feira que as candidaturas e composições ficaram decididas. O sábado e o domingo foram de intensas conversas e novas articulações, que podem mudar o rumo das coisas.

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Até o final do dia de hoje os partidos e seus líderes terão tempo de ‘mexer’ nas composições antes de oficializar ao TRE o quadro definitivo dos candidatos e coligações.

ZÉ RICARDO É O PRIMEIRO A CHEGAR AO TRE

Para fugir adas ‘tentações’, o padre José Ricardo e seu vice Sinésio Campos correram ontem para serem os primeiros a registrar suas candidaturas no TRE. Os dois petistas, especialmente Sinésio, querem se ‘purificar’ dos pecados passados, quando apoiaram governos que agora chamam de corruptos.

GOVERNO TAMPÃO, SIM SENHOR

Da forma como falaram durante as convenções partidárias, para a maioria dos candidatos a ideia de governo tampão passa longe de suas cabeças. À exceção de Amazonino Mendes, todos se referiram a planos emergenciais e grandes realizações para salvar o Amazonas.

Esqueceram que para realizar tais mudanças é preciso pelo menos um mandato de quatro anos. Só o Negão mostrou timing: “Eu não quero ser governador, quero é consertar o Estado”.

INFIEL, SEMPRE INFIEL

Quem poderia pensar numa eleição mais ‘atravessada” e com tantas uniões ‘instáveis’? Se permanecerem as composições de sexta-feira, a infidelidade partidária deixará de ser exceção, para se tornar uma regra.

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Marcos Rotta, por exemplo, que tem grande potencial de votos em Manaus é um dos que enfrentará o dilema: seguir o seu partido, o PMDB, ou acompanhar a aventura  tucana.

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Já o DEM tem deputado e vereador na coligação de Amazonino e no grupo de Rebecca Garcia; assim como o PSD tem parlamentares com Rebecca e com Amazonino.

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ASSUNTOS: david almeida, fraxe, nicolau

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.