Dieta amazônica: como a alimentação regional influencia a amamentação
Durante a amamentação, a alimentação da mãe vai muito além de nutrir apenas a si mesma, impactando diretamente a qualidade do leite oferecido ao bebê. Na região amazônica, alguns alimentos típicos são aliados poderosos nessa fase, oferecendo nutrientes essenciais que beneficiam tanto a mãe quanto o filho.
Segundo a nutróloga Bruna D'Ávila, professora da Afya Educação Médica em Manaus, a dieta da mãe pode ser enriquecida com opções locais como o açaí, a banana pacovã (banana da terra) e a castanha-do-pará. "O açaí tem uma gama de antioxidantes, alguns peixes da região são ricos em ômega, e a banana pacovã é tradicionalmente usada em mingaus para fortalecer a mãe e até aumentar a produção de leite", explica a especialista. A castanha-do-pará também é uma fonte valiosa de selênio e zinco, minerais cruciais para a saúde.
A nutróloga ressalta que, embora a quantidade de leite produzida dependa mais da sucção do bebê e da frequência das mamadas, a sua composição nutricional está diretamente ligada ao que a mãe consome.
Atenção aos desafios
Nem todos os alimentos regionais são inofensivos. Bruna D'Ávila alerta para o consumo de tucupi, que, por ser muito ácido, pode causar irritação intestinal no bebê. Frutas como o cupuaçu também merecem atenção, já que seu preparo comum com açúcar e outros ingredientes pode gerar desconforto. "É muito individual. Por isso, é importante observar a reação do bebê e manter o equilíbrio na dieta", orienta.
Além dos cuidados com a alimentação, a especialista aborda os desafios da amamentação, especialmente para mães de primeira viagem. O desconforto inicial, causado por dor ou fissuras nos mamilos, pode ser superado com o apoio de profissionais. "O desconforto é só no início. Depois passa. E esse é um dos períodos mais lindos da maternidade", afirma Bruna, que é mãe de três filhos.
A nutróloga destaca que o leite materno é o alimento mais completo para os primeiros seis meses de vida, fortalecendo a imunidade do bebê e reduzindo o risco de obesidade. Para a mãe, os benefícios incluem uma recuperação mais rápida no pós-parto e a diminuição do risco de alguns tipos de câncer, como o de mama.
A especialista reforça que a educação alimentar deve começar ainda na gestação e continuar pelos primeiros dois anos da criança. "Ao compreender a importância da alimentação saudável, a mãe carrega esse conhecimento para toda a vida dela e da criança", conclui.
ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar