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Eliana Calmon diz em Manaus que justiça não pode ser refém de meia dúzia de magistrados

Por Portal Do Holanda

29/03/2012 20h43 — em
Amazonas



"...E a minha tristeza e a minha voz é para que nós possamos não ser reféns de meia dúzia de magistrados que não merecem a nossa consideração, que nos deixam muitas vezes incapazes de lutar e de fazer com que a magistratura boa prevaleça, disse a corregedora do CNJ em Manaus

Ao encerrar a solenidade de premiação dos servidores do TJAM, pelo cumprimento das Metas do CNJ, a Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon disse, que tem sido acusada de “falastrona”, de falar muito, de falar mal da magistratura, “e isto não é verdade”.

― O que eu quero é passar para a sociedade brasileira, passar para o jurisdicionado a ideia de que a Corregedora sabe o que existe de ruim dentro da magistratura.

O que a ministra quer, segundo suas próprias palavras, é que estes jurisdicionados “saibam fazer a distinção do joio do trigo, para que possam, efetivamente, festejar a boa magistratura”.

― E a minha tristeza e a minha voz é para que nós possamos não ser reféns de meia dúzia de magistrados que não merecem a nossa consideração, que nos deixam muitas vezes incapazes de lutar e de fazer com que a magistratura boa prevaleça – advertiu.

Eliana observou que viu no Amazonas a boa magistratura sendo reconhecida pelo Poder Judiciário e pela sociedade, coisa que nem sempre acontece.

― Hoje eu vi aqui os bons resultados. E vi o reconhecimento do Tribunal neste resultado, porque muitas vezes isto não é reconhecido, e isso precisa ser reconhecido. Isso precisa ser passado para o jurisdicionado, para que eles possam entender que está havendo um movimento e um sacrifício muito grande de muitos e muitos dirigentes do Poder Judiciário, no sentido de dar atenção a um poder que efetivamente faça justiça – disse Calmon.

De acordo com a ministra, é na magistratura de primeiro grau que está toda a força do Poder Judiciário. “Os senhores são os arautos do poder, os senhores estão enfrentando tête-à-tête com os nossos jurisdicionados. E é preciso fortalecer a primeira instância para que nós possamos dizer que somos grandes nos tribunais”, assinalou.

Calmon advertiu que não adianta grandes tribunais, não adianta palácios com lustres de cristais se nós só temos isto para oferecer, só temos festas vazias e discursos bonitos, sem retórica.

―O importante é fazer o que nós fizemos hoje, a premiação daqueles que se destacaram no resultado da prestação jurisdicional, porque é isto que interessa. E é por aí que nós temos que mudar este jogo.

Finalizando, a ministra admitiu que a Justiça está mal perante a opinião pública, e quem fez isso “não foi a Eliana Calmon”.

― Quem fez isso foram os maus juízes. E fizeram tanto que nos deixaram sem força para dar um basta. E nós vamos dar um basta nisto, mudando este jogo. E o Amazonas já começou a mudar este jogo, no momento em que foi capaz de dizer que do último lugar no ranking de uma produção, ele pode, em seis meses fazer este esforço e levantar-se no cumprimento das Metas traçadas pelo CNJ.

A Corregedora disse que se sente feliz porque é nisso que ela acredita, e é nisso que ela pensa. “E efetivamente a minha voz não calará, tanto para elogiar as boas práticas, os bons magistrados, os magistrados que eu acredito que estão na ponta, e toda a minha preocupação é com a magistratura de primeiro grau, como também terei língua afiada para falar daqueles magistrados que não honram a sua toga”, adverte.

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