Leia a Bula desta segunda fala sobre o avanço dos transplantes de órgãos no Amazonas
Na edição do quadro “Leia a Bula” desta segunda-feira (13), a apresentadora e farmacêutica Ednilza Guedes recebe o Dr. Marcos Vinicius Lins, cirurgião de transplantes da SES-AM, para uma conversa essencial sobre transplante de órgãos e os avanços na área no estado do Amazonas.
Avanços no Amazonas: transplantes crescem e ampliam esperança de vida
O estado do Amazonas tem se destacado pelos avanços na área de transplantes. Entre 2023 e setembro de 2025, foram realizados 216 transplantes renais e 2.751 transplantes de córnea desde 2003. Os procedimentos ocorreram em clínicas credenciadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e, desde julho de 2025, também no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV).
Somente em 2025, até o dia 30 de setembro, foram realizados 83 transplantes de rins e 82 de córneas. O estado também já coordena operações de captação de fígado, rim, córnea e tecidos, ampliando sua atuação na área.
O Hospital Delphina Aziz, referência na região, atingiu a marca de 216 transplantes renais desde o início do serviço em 2023. A unidade está na reta final de preparação para iniciar transplantes de fígado, o que representa um novo marco para a medicina no estado.
Segundo o cirurgião de transplantes da SES-AM, Dr. Marcos Vinicius Lins, os números refletem o compromisso da rede pública com a ampliação do acesso a cirurgias de alta complexidade. “O Amazonas tem se consolidado como referência na região Norte, com equipes capacitadas e estrutura adequada para realizar transplantes com segurança e qualidade”, afirmou.
Até agosto de 2025, foram registrados 18 doadores de órgãos — entre rins e fígado — e 66 doadores de córnea. Esses dados reforçam a importância da conscientização sobre a doação e o impacto direto na vida de centenas de pacientes.
Doação de órgãos: um gesto que transforma vidas no Amazonas
A doação de órgãos é um ato de generosidade que pode mudar o destino de muitas pessoas. Trata-se de um procedimento voluntário, no qual órgãos e tecidos de uma pessoa — viva ou falecida — são retirados para transplante em pacientes que dependem dessa chance para sobreviver ou recuperar a qualidade de vida.
Tipos de doação:
Existem duas formas principais de doar. A primeira é a doação em vida, quando uma pessoa saudável oferece um órgão duplo, como um rim, ou parte de um órgão, como o fígado ou pulmão. Esse tipo de doação costuma ocorrer entre familiares, devido à compatibilidade genética.
A segunda forma é a doação após a morte, realizada em casos de morte encefálica, ou seja, quando há confirmação da morte cerebral. Nesse caso, os órgãos só podem ser retirados com autorização da família, mesmo que o desejo de doar tenha sido manifestado em vida.
O que pode ser doado:
A lista de órgãos e tecidos aptos para doação é extensa. Entre os órgãos estão coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino. Já os tecidos incluem córneas, pele, ossos, tendões e válvulas cardíacas.
Como se tornar um doador:
No Brasil, mesmo que a pessoa tenha manifestado o desejo de ser doadora, a autorização da família é indispensável. Por isso, é fundamental conversar com os familiares e deixar claro o desejo de doar. Essa conversa pode ser decisiva para salvar vidas.
Impacto da doação:
Um único doador pode salvar até oito vidas por meio da doação de órgãos e beneficiar até 20 pessoas com tecidos. Os transplantes são procedimentos que devolvem esperança, prolongam a vida e oferecem bem-estar a pacientes que enfrentam doenças graves.
Aspectos legais e éticos
A doação de órgãos é um ato gratuito e regulamentado pela Lei nº 9.434/1997. A comercialização de órgãos é crime no Brasil, e todo o processo é fiscalizado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que garante segurança e transparência.
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