Livre no STJD, Bruno Henrique agora concentra defesa na Justiça comum
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Depois de se livrar de uma punição mais grave no âmbito desportivo, o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, agora pode se concentrar exclusivamente no processo que corre na Justiça comum.
O jogador virou réu por manipulação esportiva artigo 200 da Lei Geral do Esporte em uma ação que corre no Distrito Federal. O crime prevê pena de reclusão de 2 a 6 anos e multa.
O estágio atual do processo criminal é um recurso à segunda instância, ainda na fase de discussão sobre o enquadramento de Bruno Henrique.
Os procuradores do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) ainda tentam processar o jogador por estelionato -e não apenas por manipulação. Mas já receberam duas negativas do juiz de primeira instância.
O próprio magistrado, acelerando o processo, jogou a decisão para a instância superior, o que gera uma expectativa de julgamento dessa demanda específica ainda neste ano.
FORA DO ESTELIONATO
A definição é essencial para projetar o que será de Bruno Henrique no âmbito criminal. A acusação de estelionato é mais grave e, consequentemente, tem pena maior do que manipulação.
Mas um detalhe "técnico" fez com que a acusação contra o jogador do Flamengo fosse aceita sem enquadrá-lo no estelionato.
Não houve representação direta das empresas de apostas envolvidas no caso. Elas não se apresentaram como vítimas.
O ponto de partida foi o relatório da Associação Internacional de Integridade nas Apostas Esportivas (Ibia, sigla em inglês).
Só que as casas de apostas não apareceram de forma direta no processo ou fizeram boletim de ocorrência contra os acusados.
"A investigação foi requerida por entidade internacional que se ocupa da verificação de possíveis manipulações de resultados dos jogos cadastrados em sites de apostas online que não possui poderes de representação judicial, não houve notícia crime sobre os fatos realizados pelas empresas que, ademais, sequer cadastraram assistente de acusação nos autos", disse o juiz Fernando Brandini Barbagalo, na decisão mais recente, de 8 de setembro.
A defesa do Bruno Henrique está otimista de que esse entendimento prevalecerá nas instâncias superiores.
Quando essa questão específica (estelionato ou não) for resolvida, aí o processo pode continuar com a acusação restante (nesta segunda-feira (17), manipulação).
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