Dia da Independência põe Palmeiras x Chelsea em 2º plano na Filadélfia
FILADÉLFIA, EUA (UOL/FOLHAPRESS) - Sede do decisivo duelo entre Palmeiras e Chelsea, pelas quartas de final do Mundial de Clubes, a Filadélfia está preocupada com outro evento que irá acontecer nesta sexta-feira (4) na cidade: as comemorações pelo Dia da Independência dos Estados Unidos, algo que faz os americanos nem se importarem com o duelo futebolístico que ocorre às 22h (horário de Brasília), no estádio Lincoln Financial Field.
CIDADE ONDE INDEPENDÊNCIA FOI ASSINADA
A cidade tem uma importância vital na história da independência do país. Foi aqui que ela foi declarada, em 1776, fazendo com que os EUA se separassem das Treze Colônias da Grã-Bretanha. Por conta disso, a Filadélfia é um dos locais que mais celebra a data.
Nos últimos dois dias, a reportagem esteve no Independence Hall, onde a Declaração da Independência foi assinada e onde 11 anos depois a Constituição americana foi escrita.
Por lá já há uma grande mobilização, com palcos e telões sendo montados, além da presença de muitos soldados americanos. Feiras nas ruas adjacentes festejam a data antecipadamente e promovem gincanas e distribuições de brinde.
A comoção da população se estende por toda a cidade, que está bem mais cheia que o normal. Lojas colocaram cartazes de que não irão abrir seus estabelecimentos no dia da comemoração e o país viverá um feriado nacional.
Jornais e TVs da Filadélfia ignoraram completamente a partida entre Palmeiras e Chelsea, e o jogo fica resumido somente à veículos segmentados de esporte, apesar do espaço ser curto.
Há, porém, palmeirenses na cidade que demonstram o contraste de expectativas pela data. Além dos torcedores alviverdes, a grande maioria dos presentes no estádio Lincoln Financial Field será formada por estrangeiros ou imigrantes.
"Vamos torcer para ganhar para poder aproveitar a festa, porque senão vamos ter que curtir a festa com o amargor da derrota", disse um palmeirense que passava pelo Independence Hall e irá ao jogo.
Já o técnico Abel Ferreira espera que os cidadãos da Filadélfia tirem um pouco do tempo das comemorações para apoiar o Palmeiras no Mundial de Clubes:
"Sabe, será um bom momento, porque daqui a pouco será o Dia da Independência, certo (perguntou para um jornalista local)? Portanto, junte-se a nós e venha conosco, pois precisamos de seu apoio."
CLIMA NÃO É SÓ DE FESTA
O clima na Filadélfia não é só de festa. Há pessoas que têm realizado protestos pela cidade e se organizam para novas manifestações nesta sexta-feira (4).
Há, ao menos, dois atos: um contra o presidente Donald Trump e sua rígida política de imigração. E outro de funcionários públicos que realizam greve desde o início da semana cobrando reajustes salariais. Na última quarta, por exemplo, eles se concentraram na porta da prefeitura.
Uma mulher protestou em frente ao Independence Hall. Ela carregava placas com frases como "honor our constitution (honrar nossa constituição)" e "save our democracy (salvar nossa democracia)". Seu protesto era, principalmente, em favor dos imigrantes.
"Se uma pessoa é oprimida, todos nós somos oprimidos. É assim que me sinto. E isso também faz parte de minha jornada de fé. Como podemos dizer que um pessoa tem os direitos e você não? Somos um país bastante racista", disse Susan Kettell, ao UOL.
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