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Privatizar o Pix está fora de cogitação, diz Haddad

Por Folha de São Paulo

05/08/2025 18h00 — em
Economia



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (5) que a privatização do Pix está fora de cogitação, ao comentar a ofensiva do governo Donald Trump contra o Brasil por meio de tarifaços e investigação comercial.

"Não podemos imaginar privatizar algo que não tem custo. Então pensar que vamos nos intimidar com pressão de multinacionais [...] Agora, porque nós temos uma tecnologia gratuita que atende o cidadão a custo zero, você vai afrontar a modernidade que traz bem-estar para toda a população? Isso está completamente fora de cogitação", disse.

Um dos alvos da investigação comercial aberta pelo USTR (escritório do representante de comércio dos EUA) é o Pix. Na justificativa da apuração, o órgão americano cita o sistema de transferências instantâneas como uma possível prática desleal em relação a serviços de pagamentos eletrônicos.

Em seguida, o próprio presidente Lula defendeu o Pix em seu discurso e disse que a ferramenta é patrimônio nacional e referência internacional. "Queria que o presidente Trump fizesse uma experiência do Pix nos Estados Unidos", disse o presidente.

Haddad e Lula discursaram na reunião plenária do CDESS (Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável), o chamado Conselhão, órgão responsável por assessorar o presidente da República nas decisões do Executivo. O colegiado é formado por representantes da sociedade civil e do empresariado.

O Conselhão fica sob o controle da SRI (Secretaria de Relações Institucionais) e existiu entre 2003 e 2018, tendo sido extinto no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Haddad disse também que os impactos do tarifaço devem se limitar a uma parcela das exportações para os Estados Unidos, mas que o governo vai dar atenção especial aos setores afetados.

"As exportações para os EUA já representaram 25% [do total]. Graças à política que o senhor inaugurou ainda em 2003, elas representam [hoje] 12%. Desses 12%, 4% são afetados pelo tarifaço. Dos 4%, mais de 2% terão naturalmente outra destinação, porque são commodities, que vão encontrar o seu destino no curto e no médio prazo", disse Haddad.

"Sim, estamos atentos. Não é porque é 1,5%, 2% [de impacto] que vamos baixar a guarda. Sabemos que há nesse 1,5% setores muito vulneráveis, que geram muito emprego, que exigem da nossa parte uma atenção especial, que vai ser dada."

O chefe da equipe econômica lembrou ainda que o governo brasileiro havia feito negociações com os EUA, ainda na gestão de Joe Biden, visando maior investimento americano no Brasil durante

"Nós passamos os últimos dois anos sob o comando do presidente Lula, negociando no governo Biden mais investimentos no Brasil, e não menos, mais presença dos Estados Unidos para não menos. Então esse diálogo, ele tem que se estabelecer em um outro nível", disse.

"Temos que olhar pra tudo isso, em meio a essa situação geopolítica, com otimismo porque sem otimismo não aconselho alguém assumir um ministério da fazenda no Brasil", declarou, em seu discurso.


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