Petrobras e Vale desaceleram Bovespa; dólar vale R$ 3,176
RIO - O dólar comercial recua 0,68% nesta segunda-feira e é vendido a R$ 3,176, na contramão do mercado internacional. Com Petrobras e Vale em queda, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reduz os ganhos — que, pela manhã, chegaram a 0,8% — e avança 0,17%, ainda no campo positivo graças aos bancos, que têm valorização, em dia de divulgação de resultado do Itaú Unibanco. O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, registra em 64.417 pontos.
No mercado internacional, o dólar avança 0,28%, conforme o Dollar Index Spot, que compara a moeda americana com uma cesta de dez moedas, com o cenário política conturbado nos EUA. Nesta semana, investidores de todo o mundo aguardam a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central americano, na quarta-feira, que deve dar indicações de como a autoridade monetária vê a economia local e global.
— Os mercados podem manter certa cautela nesta semana, na expectativa de reunião do Fed — diz Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos. — Mas não acreditamos em elevação dos juros agora. Talvez em dezembro.
em relação ao mesmo período do nao passado, e as ações sobem 2,7% nesta manhã. Junto, sobe a Itaúsa, holding do grupo, com avanço da mesma magnitude. Plácido, da XP, destaca que, apesar do recuo no ganho em relação ao ano passado, em relação ao segundo trimestre deste ano o resultado ficou praticamente estável, com leve avanço (0,4%).
— E o resultado veio 12,62% acima da média das estimativas, de R$ 4,968 bilhões — aponta. — Houve surpresas positivas: a margem financeira, que cresceu, e a redução nas despesas para créditos com liquidação duvidosa.
Ainda no setor bancário, o mais importante do Ibovespa, Banco do Brasil ganha 1,8% e Bradesco, 2,65%. Santander tem valorização de 1,68%.
Após concluir, por meio de sua subsidiária Petrobras Global Trading, um financiamento de US$ 1,2 bilhão com o Banco Santander, Petrobras registra fortes perdas no pregão de hoje: 3,45% no papel ON (ordinário, com direito a voto), a R$ 18,45, e de 2,3%, a R$ 17,67, no PN (preferencial), sem direito a voto. Além disso, no fim de semana, a Organização de Países Exportadores de Petrólelo (Opep) encerrou as negociações com países não-membros, como Rússia e Brasil, sem um compromisso para cortar a produção, informa a Bloomberg News, citando o brasileiro Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia. o petróleo opera em queda nesta segunda-feira. Nesta segunda-feira, os contratos para entrega em dezembro operam em queda. O barril de Brent, referência para o mercado brasileiro, é negociado a US$ 48,84 em Londres, com desvalorização de 1,73%.
A mineradora Vale opera com recuo de 2% no papel PN e de 1,7% no ON%, apesar da valorização do minério de ferro. Na China, a commodity ferro subiu 0,66% para US$ 64,38, a maior cotação desde 29 de abril. No mês, o minério subiu 15,25%. Porém, a mineradora é afetada pela decisão da Samarco — da qual é sócia — de não pagar credores estrangeiros. Além disso, a companhia publicou esclarecimento informando que seu conselho deliberou pela venda de ativos de carvão na Austrália, mas que o desinvestimento não é relevante.
Ainda no setor, Usiminas ganha 3,88%. Gerdau Metalúrgica, 1,46%. Gerdau, 1,73%.
A fabricante Embraer, — também começa os negócios em alta, com valorização de 1,55%, a R$ 16,30.
avança apenas 0,35%.
Nos EUA, os índices operam com sinais mistos. Enquanto o Dow Jones perde 0,05%, o S&P 500 ganha 0,14%. Na Europa, as bolsas recuam hoje, mas ainda acumulam ganhos na semana. O FTSE, de Londres, perde 0,58%. Em Frankfurt, o Dax se desvaloriza em 0,34%. Em Paris, o CAC 40 perde 0,79%.
Na Ásia, os mercados chineses recuaram, com a confiança se enfraquecendo por alertas das principais autoridades sobre bolhas de ativos e incertezas em torno da eleição presidencial dos Estados Unidos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,1% e o índice de Xangai teve queda de 0,09%. Em Tóquio, o Nikkei recuou 0,12%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,09%. Em Seul, o Kospi teve desvalorização de 0,56%. Em Taiwan, o Taiex registrou baixa de 0,18%. Em Cingapura, o Straits Times desvalorizou-se 0,08%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 avançou 0,64%.
No mercado local, neste último pregão de outubro, o câmbio é influenciado pela briga entre comprados e vendidos para a formação da Ptax do mês, taxa que baliza diversos contratos cambiais, de outubro será definida neste pregão. No dia de fechamento, os investidores costumam atuar para puxar as cotações do dólar conforme seus interesses. Há ainda . “Devemos ter hoje um movimento muito menor de repatriação. Vai ser a raspa do tacho”, disse à agência Reuters o diretor da Fourtrade Corretora, Luiz Carlos Baldan. “A formação da Ptax é o principal fato desta manhã.”
E como vem fazendo, o BC não anunciou leilão de swaps reversos — equivalentes à compra futura de dólares — no último pregão do mês. Porém, realiza nesta sessão leilão de dólar com compromisso de recompra de até US$ 3 bilhões para rolagem de contratos já existentes. Operadores afirmam que o movimento do dólar deve ter certa volatilidade hoje porque o BC não vai anular os swaps tradicionais — equivalentes à venda futura de dólares. O montante equivale a US$ 2,96 bilhões. Recentemente o BC anunciou que não faria essa compensação devido à expectativa de forte de entrada de recursos no país com a regularização.
ASSUNTOS: Economia