Fluminense vence o Botafogo e conquista Taça Rio
O general e estrategista chinês Sun Tzu deixou em “A Arte da Guerra” um milenar conselho que serve para ser aplicado na campanha que teve como desfecho o título do Fluminense na Taça Rio: “A invencibilidade está na defesa. A possibilidade de vitória, no ataque”. Deixando no passado a fraca campanha na Taça Guanabara (nem às semifinais chegou), o tricolor levantou o troféu do segundo turno sem ter perdido um jogo sequer. O desafio derradeiro foi contra o Botafogo, que culminou com a vitória por 3 a 0, no Maracanã. Os gols do campeão da Taça Rio foram de Pedro, Marcos Júnior e Jadson.
Na campanha do título do segundo turno, o Fluminense mostrou que Sun Tzu tinha dose de razão porque, com uma defesa mais aprimorada na formação com três zagueiros, levou só quatro gols. Ao mesmo tempo, um ataque eficiente e letal, sem a necessidade de criar muitas oportunidades (principalmente nos clássicos), balançou as redes 17 vezes.
Mas a “guerra" não acabou para nenhum dos quatro grandes do Rio. Com a conquista tricolor, o Fluminense enfrentará o Vasco, na quinta-feira, em uma das semifinais do Estadual. O Flu, assim como o Flamengo — adversário do Botafogo, quarta-feira —, tem a vantagem do empate.
O Fluminense não conquistava a Taça Rio desde 2005, ano que foi campeão Carioca. Vale lembrar, no entanto, que em três edições (entre 2014 e 2016) a disputa não contou como segundo turno do Estadual.
A final da Taça Rio foi um jogo rico, especialmente no primeiro tempo, no qual a teoria de Sun Tzu ganhou, especialmente neste jogo, o ingrediente da sorte a favor do Flu. Sorte porque o Botafogo foi muito ineficaz nas várias chances que teve para balançar as redes. O alvinegro, ao ter espaço na defesa do Flu, contou com um “luxo” ao qual o Flamengo não teve acesso quando no clássico pela semifinal do returno.
A etapa inicial teve um caminhão de chances alvinegras e de diversas formas: de longe, dentro da grande área, quase na marca do pênalti, de cabeça, com liberdade. As linhas deste texto não comportam a descrição de uma a uma, mas vale ressaltar a participação decisiva do goleiro Júlio César em pelo menos três das chances claras de gol do Botafogo.
No outro lado do campo, o Fluminense colocou em prática a eficiência ofensiva valorizada por qualquer estrategista que se preze. Se o tricolor teve, no máximo duas chances claras de gol na etapa inicial, foi muito. Mas uma delas teve a conclusão certeira de Pedro. Jefferson chegou a tocar na bola, mas não impediu o gol. Quem merece muito crédito pelo lance é o lateral-esquerdo Ayrton Lucas. O vigoroso jogador é uma das revelações e boas surpresas do limitado elenco tricolor. Foi dele o ímpeto para romper as linhas rivais e, contando com a ajuda de Sornoza, deixar Pedro na cara do gol.
No entanto, como admitiu o próprio atacante tricolor, a vida ainda não estava tão fácil.
— Estamos ganhando jogo, mas estamos tomando pressão do Botafogo — disse Pedro, ao sair para o intervalo.
GOLPE FINAL
Apesar dos sustos sofridos no primeiro tempo, a eficácia tricolor deu as caras novamente no segundo tempo. O primoroso passe de peito do Pedro (isso não é um trava-língua) deixou Marcos Júnior em ótimas condições para fazer o segundo gol. O atacante apelidado de Kuririn, um personagem do desenho animado Dragon Ball, mostrou o poder do “Kamehameha" (o golpe mais famoso do anime) e, assim como Pedro, chegou ao sexto gol no Estadual.
O título já estava encaminhado com o 2 a 0, mas ainda houve outra mostra clara do peso de ser eficiente na defesa e letal no ataque. Já aos 45 minutos, Júlio César fez grande defesa em um chute de Luiz Fernando. Na sequência da jogada, o contra-ataque tricolor culminou com o gol de Jadson, o terceiro da tarde.
— O Fla-Flu já tinha sido especial. Hoje não foi diferente. Foi um grande jogo. O Botafogo mostrou que é uma grande equipe, mas o forte do nosso grupo é a união. Batalhamos até o final — comentou o goleiro campeão da Taça Rio.
FLUMINENSE 3 X 0 BOTAFOGO
Fluminense: Júlio César, Renato Chaves, Gum e Ibañez; Gilberto (Léo), Richard, Jádson, Sornoza (Douglas) e Ayrton Lucas; Marcos Júnior (Pablo Dyego) e Pedro.
Botafogo: Jefferson, Marcinho (Luís Ricardo), Marcelo Benevenuto, Igor Rabello e Moisés; Marcelo Santos (Rodrigo Pimpão), Rodrigo Lindoso, Marcos Vinícius (Renatinho) e Leo Valencia; Luiz Fernando e Brenner.
Gols: 1T: Pedro aos 12; 2T: Marcos Júnior aos 11 e Jádson aos 45.
Juiz: Bruno Arleu de Araújo.
Cartões amarelos: Marcos Júnior, Marcelo, Richard, Rodrigo Lindoso e Moisés.
Público pagante: 22.838 (26.842 presentes).
Renda: R$ 774.000,00.
Local: Maracanã.
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