Um vereador de Itacoatiara-Am utilizou a tribuna para atacar a imprensa digital, mas foi  interrompido pelo dono de blog em plena sessão legislativa. A defesa da liberdade de imprensa  dispensa incursão em seara restrita aos parlamentares. Errou o vereador em ameaçar prender o dono do blog e errou o empresário ao interromper o discurso do parlamentar. 

Mas o caso repercutiu, com nota do Sindicato dos Jornalistas e da Federação Nacional dos Jornalistas.

Para além do notável espírito de corpo da nota emitida pelas duas entidades, e do fato de o vereador ter se excedido, não é falso o discurso de que o modelo de comunicação criado com a expansão da internet, com blogs e sites registrados aos milhares - 500 apenas no Amazonas - é uma perversão que em certa medida contamina exatamente o que hoje é defendido da boca pra fora por entidades de classe, políticos e jornalistas: a liberdade de expressão e opinião.

A melhor maneira de defender a liberdade de  opinião e, consequentemente, a de imprensa, é respeitando a opinião do outro, ainda que marcada por hostilidades.

A imprensa tem o dever de fiscalizar os três poderes, mas não pode bater boca com políticos que questionam sua legitimidade.

Há métricas para identificar o bom jornalismo, e há métricas para avaliar os bons políticos. O que falta é a métrica da verdade, cada vez mais confusa, mais engessada,  sequestrada e disputada como Geni pelos dois lados do espectro político, que tem versões diferentes sobre o mesmo fato. E o jornalismo, como sempre tem lado, é cúmplice dessa atrofia  da verdade.