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Sobre o ‘atentado’ ao apresentador da Rede Diário


Por Raimundo de Holanda

24/07/2020 20h26 — em
Bastidores da Política



O jogo político já estava na temperatura mais elevada dos últimos dias quando surgiu a notícia do suposto atentado ao apresentador Alex Braga, da Rede Diário.  Se houve atentado, não é difícil  nomear os prováveis suspeitos.  Em jornalismo, entretanto,  vale duas versões de um fato. Faltou a segunda. Mas a Associação Nacional de Jornais, o Sindicato dos Jornalistas  e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão emitiram notas em defesa da liberdade de imprensa.

A ANJ foi além, ao alertar que “é preocupante que a atividade jornalística seja alvo de violência”, e ao final desejou “o pronto restabelecimento” de Alex, “na certeza de que ele continuará fazendo  jornalismo  de forma responsável e comprometida com os interesses dos cidadãos.”

Além do fato de que é preciso investigar o caso, a questão nos remete para reflexões sobre o jornalismo que fazemos -  o que somos, nosso papel na sociedade e nossos limites enquanto formadores de opinião.  Na verdade, no jornalismo  o que falta é jornalista, consciente de seu papel de informar e, principalmente, opinar com responsabilidade.  E aqui reside o fato de que, em jornalismo, a opinião não tem nomes como  alvos, e quando surgem são relacionados  ao interesse público ameaçado.  A critica deve ser  saudável, impessoal, em cima de ideias.

O vídeo que você vai rever  abaixo - flagrante do suposto atentado - já aponta para uma segunda versão, violenta sim, mas não atentatória à liberdade de imprensa, como diz a ANJ.

É  hora dos veículos de comunicação  fazerem  uma autocrítica. Jornalismo não é circo nem  deve se prestar a fomentar o ódio.  Se a internet se presta a isso - o jornalismo deve seguir outro caminho.

 

 

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ASSUNTOS: alex braga, anj, liberdade de imprensa, Manaus, rede diario, Sindicato dos Jornalistas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.