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Sai o aumento da tarifa de ônibus, mas os problemas continuam


Por Raimundo de Holanda

26/01/2017 18h39 — em
Bastidores da Política



O problema do transporte coletivo em Manaus  não

foi criado pelos trabalhadores, nem pelas empresas.

É questão política mal resolvida. 

 

A decisão de reajustar a tarifa de ônibus  a partir de sábado em Manaus não reduziu a tensão entre o sindicato patronal e os trabalhadores.  A ameaça de greve continua.

Na prática, o usuário vai pagar mais pela passagem sem as contrapartidas anunciadas pelo vice-prefeito Marcos Rota, que  assumiu o ônus de um desgaste  que veio com a assembleia dos motoristas, realizada esta tarde, rechaçando a proposta de reajuste de 10% nos salários dos trabalhadores. 

Os patrões também reivindicam uma tarifa maior, sem a qual alegam que não poderão fazer investimentos na renovação da frota, uma das condicionantes para o reajuste concedido e que as empresas consideraram insatisfatório.

O problema do transporte coletivo em Manaus  não foi criado pelos trabalhadores, nem pelas empresas. É uma questão política mal resolvida. 

Remonta a abril do ano passado, quando  a Justiça  determinou o aumento da tarifa técnica de ônibus para R$ 3,54.  A prefeitura recorreu, politizou uma questão econômica, de sobrevida das empresas e o abacaxi caiu nos braços da população que assistiu 10 greves e a precarização do transporte público.

A questão é grave porque a saída anunciada em coletiva pelo vice-prefeito  levou poucas horas para se revelar ineficiente.

Acordo é feito entre as partes e, neste caso, a prefeitura ou atuou sozinha ou perdeu o controle de uma situação que precisa ser urgentemente resolvida. (RH)

CHICO DOIDO NEGA NEPOTISMO

Divorciado há mais de cinco anos de  Telma Muniz Viana, o novo prefeito de Iranduba, Francisco Gomes, o Chico Doido (DEM), afirma não ver nepotismo no fato de ter nomeado a ex-esposa secretária municipal de Assistência Social.
Ele diz também não vê  crime algum na nomeação de uma de suas filhas, Ana Lúcia Viana da Silva, para o cargo de secretária municipal de Economia e Finanças, "por se tratar de uma técnica competente" e por ser de sua absoluta confiança.
 
FARRA GENERALIZADA

Um dos maiores escândalos de nepotismo no Amazonas envolve o prefeito Antônio Lima, o Pongó (PMDB), que nomeou quase a família inteira para cargos estratégicos na Prefeitura de Caapiranga.
Ele empregou sogro, genros e filhas sem ser incomodado pela Câmara de Vereadores local.
Em nível nacional, o recorde de Pongó talvez só seja batido pelo prefeito Jonas de Souza (PSD) da pequena cidade paraibana de Montadas, de 5.000 habitantes. Lá, ele nomeou sete parentes com o sobrenome Souza para cargos comissionados em seu governo. Nomeou, inclusive, a esposa.

ABUSOS EM RONDÔNIA

Em Rondônia, o clã Donadon vive situação semelhante em Vilhena, com a posse de Rosani Donadon (PMDB), mulher do ex-prefeito Melquisedeque Donadon.
A família ficou conhecida nacionalmente depois de Natan Donadon (então no PMDB), cunhado da nova prefeita, se tornar o primeiro deputado federal preso no exercício do mandato, em 2013. Ele responde por peculato.
Ao tomar posse, a prefeita nomeou parentes para 5 das 16 secretarias da sua gestão. Outros dois secretários são parentes da própria prefeita: a irmã Ivete Pires assumiu a pasta de Integração Governamental e o sobrinho Sérgio Nakamura, a Fazenda.

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ASSUNTOS: greve, Manaus, onibus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.