PGR não tem isenção para investigar crise de oxigênio em Manaus
A subprocuradora da República, Lindôra Araújo, representou contra eventuais culpados - pela crise de oxigênio - o governador do Amazonas, Wilson Lima, o ex-prefeito de Manaus Arthur Neto e o atual David Almeida. Outro Alvo é o secretário Marcellus Campêlo, já que para Lindôra, é “impossível cindir as condutas das autoridades locais”, mas exime o Governo Federal, por razões que todos conhecem. Exime o presidente da República, Jair Bolsonaro, e seu ministro da Saúde, que foram avisados antecipadamente pelo colapso.
A PGR tornou-se uma janela da casa de Bolsonaro. Vai fazer o que ele quiser, como quiser e serão imputados quem o presidente mandar, e como mandar.
No fundo, se a PGR for minimamente independente, vai arrolar o presidente, o ministro Pazuello e outras autoridades.
Se algum dia um deles tiver que ser julgado em um tribunal por crimes contra a humanidade, nenhum outro pode ficar de fora, nem os que hoje investigam o caso, como LIndôra, porque pecam pelo escapismo e pela omissão.
PERTO DO FIM
O cenário de desastre em Manaus está sendo aos poucos desmontado com a aprovação da Vacina e sua disseminação. Quando chegará? Provavelmente logo, mas não para todos os cidadãos. O problema vai durar algumas semanas, até que o Sistema Único de Saúde consiga vacinar uma parcela ínfima da população. Com a entrada de laboratórios particulares, que estão comprando vacinas, mais agilidade será dada à imunização, e isso deve beneficiar um número maior de pessoas, que podem pagar por um serviço que vai custar, no mínimo, R$ 200.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.