Paulo França, por que você disse adeus numa terça-feira de Carnaval?
Paulo França sempre me surpreendeu. Seu espírito brincalhão cedia lugar a um sisudo comentarista de tv.
Sua alma de menino tinha sonhos para além de 2030, mas nos deixou em plena terça-feira de Carnaval, quando seu lugar era outro - num bloco ou numa escola na avenida.
Cantando versos da marchinha de Chiquinha Gonzaga: "Ô abre alas que eu quero passar/ Peço pra poder desabafar"...
Não, tudo errado. Seu corpo inerte, tinha muito mais para oferecer, mais sonhos para sonhar.
Ir embora em plena terça-feira de Carnaval não estava nos planos de Paulo, mas certamente sua alma está entrando em outro lugar, em outra festa, cantando a composição de Antônio Nássara, que tanto citava em outros carnavais :
“Allah La Ô, ô ô ô ô ô ô / Mas que calor ô ô ô ô ô ô”.
Adeus Paulo França.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.