Compartilhe este texto

Quando chove, Manaus mostra vulnerabilidades


Por Raimundo de Holanda

05/03/2025 20h34 — em
Bastidores da Política


  • O espanto que essa tragédia provoca é uma farsa, uma trágica comédia onde heróis também morrem - como o pai de família levado pelas águas do igarapé e cujo corpo não foi encontrado.
  • Pior, não tem solução, porque se tivesse a história era outra, não se repetiria com tanta frequência.
  • A ideia dos prosamins - essas construções à beira dos igarapés falsamente saneados - é outro risco, uma maquiagem urbana que convence por um tempo. São castelos construídos em cima de areia...

Muitos dias sem chuva forte, mas quando ela caiu levou casas, barrancos cederam e ruas alagaram. Esse é o capítulo de uma história antiga - que vai se repetir outras vezes - com suas eternas vítimas, pela conjunção de fatores que tornam essa história trágica: o lixo que todo mundo joga na rua, entupindo bueiros; casas erguidas em áreas de risco,  invasões sem controle, enquanto a cidade cresce revelando pontos críticos que ninguém quer ver.

Pior, não tem solução, porque se tivesse a história era outra, não se repetiria tantas vezes. 

O espanto que essa tragédia provoca é uma farsa, uma trágica peça de teatro onde heróis também morrem - como o homem levado pelas águas do igarapé e cujo corpo ninguém encontrou.

Uma alma perdida - mais uma - de um trabalhador que só queria um espaço para morar, e não via o igarapé ralo em tempos de verão, se transformar com a chuva e engolir sua vida e seus sonhos.

A ideia dos Prosamins - essas construções à beira dos igarapés falsamente saneados - é outro risco, uma  maquiagem urbana que convence por um tempo, até o terreno onde são erguidos se revelarem  frágeis. São castelos construídos em cima de areia, de terras que podem ceder em algum momento...

Siga-nos no


Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.