Hora do pesadelo ainda nem chegou na cidade devastada pela Covid 19
Mesmo que a vacina da Coronavac ou de outro laboratório comece a ser aplicada ainda em março ou abril, a possibilidade levantada pelo cientista do Inpa, Lucas Ferrante, de que antes disso ou durante o processo de vacinação já esteja instalada a terceira onda de Covid 19 em Manaus, com reinfecções por novas cepas ou variantes do coronavírus, é assustadora. A prevenção é a saída, como diz o cientista, fechando escolas, academias, confinando o máximo possível de pessoas para evitar aglomerações, endurecendo o lockdown já aplicado. O preço politico para quem não adotar medidas radicais de confinamento pode ser alto: fim de carreira, acusações de omissão e um legado de mortes que ninguém deseja carregar. Para a população, mais sofrimento.
Mapear a cidade de Manaus, construindo hospitais de campanha - de lona mesmo - agindo para quebrar a propagação do vírus tem que começar agora, sob o sério risco de vermos gente morrendo nas ruas, sem assistência porque já está faltando vagas nos hospitais.
A hora é do improviso. E improvisar bem para que gestões administrativas tomadas em caráter emergencial em relação a propagação da Covid 19 tenham sucesso nessa empreitada, que é o maior desafio das administrações do Estado do Amazonas e do município de Manaus neste momento.
Caso se confirmem as previsões do cientista - que já havia contestado em maio a tese da imunidade de rebanho no Amazonas - a hora do pesadelo ainda não passou.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.