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Eleições 2022: A longa e difícil negociação de Amazonino com o Cidadania


Por Raimundo de Holanda

23/03/2022 20h27 — em
Bastidores da Política



Estão sendo longas e reservadas as conversas entre lideranças do Cidadania e o ex-governador Amazonino Mendes.  O óbice até aqui para o ingresso de Amazonino no partido de Roberto Freire, que deve formar uma Federação com o PSDB, de Arthur Virgilio, é o nome que comporá com ele a chapa que vai  disputar o governo do Amazonas. Amazonino não aceita abrir mão de Humberto Michillis.  O  PSDB e o Cidadania tinham outros nomes sobre a mesa. O acordo chegou nas últimas horas, com o compromisso dos partidos em firmarem documento no qual dão ao ex-governador plena autonomia para escolher o companheiro de chapa.

O documento está em fase de conclusão e Amazonino deve anunciar a sua filiação nas próximas horas. O documento - qualquer que seja - não tem  poder legal de assegurar ao ex-governador a autonomia prometida. Os delegados ou membros dos partidos que vão definir os candidatos em convenção partidária são soberanos e qualquer decisão que tomem, mesmo contrariando compromissos assumidos anteriormente,  tem caráter de legalidade e será chancelada pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Amazonino continua andando em um pântano perigoso, mas chegou um momento no qual tem poucas opções. Depois de perder o União Brasil e ver o PSDB dividido em torno de seu nome,  a saída é a mais esquisita possível: o Cidadania é um apêndice do PSDB, tanto que formará com os tucanos a Federação de partidos para a próxima eleição. Quer dizer, metade de seus futuros aliados o olham com desconfiança e ninguém assegura que não vão rasgar documentos ou honrar  compromissos assumidos antes da convenção.

Amazonino paga um preço alto pela confiança depositada nos caciques do DEM, que compuseram com outros partidos para formar o  União Brasil e adotaram outro candidato ao governo  Na prática,o  ex-governador  é vitima de uma bem orquestrada conspiração para reduzir seu tamanho eleitoral, dificultando  o trânsito entre partidos. Sobraram os tucanos, com grandes bicos, ansiosos para tirar pedaços do prestígio do ex-governador.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.