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Efeitos da vacina, o vacilo da Anvisa e o reforço do negacionismo


Por Raimundo de Holanda

21/12/2021 18h14 — em
Bastidores da Política



A resistência de técnicos da Anvisa (que aprovaram o uso da vacina  contra Covid em crianças a partir de 5 anos) de terem os nomes divulgados, reforça o discurso negacionista do governo e coloca, mais uma vez, a vacina no centro de um debate do qual Bolsonaro consegue tirar proveito politico. Os imunizantes se revelaram eficazes, reduziram drasticamente o número de mortes e de infectados pelo coronavírus, mas os próprios laboratórios não sabem prever se terão consequências para a saúde pública no futuro.

Ou não teriam introduzido nos contratos com diversos governos, inclusive o brasileiro, uma cláusula de responsabilidade, pela qual os compradores "indenizarão e isentarão os laboratórios de todos e quaisquer danos e responsabilidades decorrentes ou associados a reclamações por morte, dano fisico, mental ou emocional, doença, incapacidade ou condição relacionada ou decorrente do uso ou administração das vacinas".

Mas os efeitos positivos dos imunizantes já demonstraram sua eficácia. Do futuro cuidam os próprios governos,  melhorando a saúde publica; e os laboratórios fazendo pesquisas e produzindo medicamentos que reduzirão lá na frente possíveis efeitos colaterais.

O que atrapalha não é apenas o discurso vesgo e negacionista do governo brasileiro, mas a negação da negação.

Não assumir responsabilidades também é uma forma de contrariar a verdade e vilipendiar a ciência. Não se explica o receio dos técnicos da Anvisa em terem os nomes divulgados. Fariam história. História positiva. Mas se comportam como curiosos que exercem a prática da medicina sem estarem  habilitados  e indicam o remédio, mas não  assinam a receita.

Mais do que nunca, deve ficar claro que os laboratórios preveem  sim possíveis danos  provocados pelo uso da vacina. Mas seus efeitos práticos no presente é que importam. O coletivo é que importa. Sem o hoje não se constrói o amanhã.

O que os pais não podem correr é o risco de não verem seus filhos crescerem, dizimados precocemente por um vírus mortal.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.