Covid continua matando no Amazonas. Manaus se prepara para uma nova onda...
É no ao de falar em ambiente fechados, como restaurantes, que o vírus se propaga mais
O Amazonas encerrou dezembro com 29 mortes por Covid e 4 por influenza. Os casos de coronavírus no mesmo mês somaram 3.621. A queda de mortes é grande, devido principalmente a vacina, mas o surgimento da variante Ômicron - há um caso em Manaus - fez acender mais uma vez o sinal vermelho para as autoridades de saúde, que acompanham apreensivas e evolução da pandemia no mundo. Nas últimas 24 horas o número de infectados chegou perto de 2,6 milhões de pessoas. Somente na Inglaterra, houve 200 mil casos.
Como o mundo está interconectado, os vírus "viajam" rapidamente entre os continentes. Manaus, sem um controle sanitário nos aeroportos e portos e sem uma politica de testagem minimamente eficiente não está imune a se tornar um novo epicentro da pandemia.
A Ômicron, segundo cientistas, é menos perigosa, por não atacar diretamente os pulmões, mas vem gerando colapso na rede hospitalar de vários países.
No Amazonas, há sempre riscos (em razão do clima quente e úmido) de o vírus produzir novas cepas. Foi o caso, por exemplo, da P1, variante perigosa surgida em Manaus e que matou milhares de pessoas, provocou falta de oxigênio nos hospitais, produziu o maior caos na rede de saúde do Estado em fevereiro do ano passado, se espalhando rapidamente pelo Brasil.
Não dá para prever o que vai acontecer até março, mas Estado e Município parecem em alerta. Falta campanhas educativas que estimulem a população a se precaver mais.
Por exemplo, não se viu até hoje alertas no sentido de que, ao entrar em um restaurante e tirar a máscara para comer, as pessoas precisam conversar menos. Mas tem sido uma algazarra geral. Elas falam mais do que comem ou bebem.
A Universidade de Cambridge, na Inglaterra, fez uma pesquisa na qual comprovou que em ambientes fechados falar espalha mais vírus do que tossir. Nem era preciso pesquisar para chegar a essa conclusão…
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.