Governo Bolsonaro tenta provar força na Amazônia com Joe Biden
A eleição do democrata Joe Biden para a Presidência dos EUA fez o governo de Jair Bolsonaro aderir o discurso de tarefa militar da Amazônia como comprovação de força a outros países.
A posição sobre mostrar ao mundo que a Amazônia não está abandonada foi externada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. Em um ofício enviado em 9 de dezembro à Câmara dos Deputados, para explicar a maior operação de simulação de guerra já realizada na região, em 2020, o ministro defendeu a estratégia.
"As operações militares realizadas na Amazônia evidenciam ao mundo que o Brasil tem se preocupado em estar presente nessa estratégica porção do território nacional", disse o titular da Defesa.
A Vice-Presidência da República informou à reportagem que a militarização da fiscalização de crimes ambientais na Amazônia não deve ser prorrogada, o que significa que ela deve ser encerrada em 30 de abril deste ano.
"No tocante a uma comparação com a Operação Amazônia, não há previsão de exercícios desse vulto para os próximos dois anos", afirmou a assessoria do Ministério da Defesa à reportagem, com informações fornecidas pelo Exército.
O ministro da Defesa, no ofício que enviou à Câmara, a partir de um pedido de explicações por deputados do PT, disse que não há hipótese de conflito entre o Brasil e qualquer país da América do Sul, nem "ameaça de invasão do território nacional" ou "sinais de mobilização iminente de efetivos".
"A instalação de diversas unidades na fronteira e nos mais distantes rincões da Amazônia garante a presença brasileira e a soberania nacional, muitas vezes representando a única presença do Estado", disse, em nota, o Ministério da Defesa.
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