DSEI deve garantir armazenamento de soro
Recomendação pede compra de refrigerador independente de energia elétrica para conservar medicamento; lideranças relatam casos de amputações em crianças por falta de soro.
O Ministério Público, recomendou ao Distrito Sanitário Especial Indígena Vale do Javari a compra de refrigerador que não dependa de energia elétrica, para armazenar soro antiofídico fornecido pelo Ministério da Saúde às comunidades que vivem na terra indígena Vale do Javari, localizada no extremo oeste do Amazonas.
O envio da recomendação é resultado de reunião, ocorrida nos dias 26 e 27 de julho, com a participação de entidades e lideranças indígenas pertencentes aos povos Marubo, Mayoruna, Matis e Kanamari e representantes da Fundação Nacional do Índio, do Conselho Distrital de Saúde Indígena, do DSEI Vale do Javari e do MPF. Durante o encontro, foi relatada a falta de soro antiofídico para atender as comunidades indígenas abrangidas pelo distrito, entre outros assuntos.
As lideranças indígenas presentes na reunião expuseram que a falta do medicamento foi determinante para que duas crianças da etnia Marubo, a mais populosa do Vale do Javari, tivessem as pernas amputadas após terem sido picadas por cobras venenosas. O MPF também apurou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena, que coordena os DSEIs, não tem adquirido soro antiofídico líquido, que é distribuído de forma gratuita pelo Ministério da Saúde, para atender 4.915 indígenas que vivem na região, em uma área de 85,4 mil quilômetros quadrados.

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