Um alarmante caso de racismo ocorreu na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Pedro Henrique Afonso é estudante de de Políticas Públicas na instituição, e foi preso no dia 30 de março por estar aparentemente tentando roubar um carro no estacionamento da instituição. O carro, entretanto, era de Pedro.

Durante o ocorrido, professores e colegas tentaram protestar sua prisão. Em seu perfil no Facebook o estudante relatou o ocorrido. "Ao trancar o meu carro, fui abordado por uma viatura da PM", comentou ele. Depois de dizer ser trabalhador, um sargento e um cabo, ambos da 124ª cia, do 22º BPM, saíram com armas em punho gritando palavras de ordem, pedindo para Pedro por as mãos na cabeça e chamando-o de vagabundo.

"Conheço meus direitos, não podem me abordar dessa forma e já vou fazer uma representação contra vocês na corregedoria", tentou argumentar Pedro, porém o aviso apenas serviu para que a violência. O universitário ainda pediu que os policiais averiguassem os documentos do carro, porém não adiantou. “O tempo inteiro eu estava algemado, ainda que em nenhum momento tinha resistido fisicamente à prisão. Queriam me humilhar, constranger. Conseguiram”, disse ele na publicação na rede social.

Na delegacia, foi denunciado por desobediência, desacato e resistência à prisão. De acordo com o Brasil Post, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) já foi informado e espera-se que seja aberta uma investigação pelo órgão para apurar as eventuais violações cometidas contra o estudante. O advogado do estudante recusou a proposta de conciliação em que Pedro deveria pagar serviços sociais, devido à sua inocência. Coincidentemente, uma das frases usadas para humilhar o jovem foi "você vai pagar umas cestas básicas para aprender o que é polícia".

“Infelizmente, a situação constrangedora vivida pelo Pedro Henrique tem sido uma constante no cotidiano de jovens negros do sexo masculino em nosso País”, comentou José Eustáquio de Brito, vice-reitor da UEMG. Segundo o tenente-coronel Eucles Figueiredo, comandante do 22º Batalhão da PM, o caso não foi informado à corporação, o que o impederia de fazer declarações sobre reclamações que não foram recebidas.

Fonte: administradores.com.br