O que Bolsonaro vem fazer em Manaus
Vir a Manaus para fazer proselitismo, ou mais uma vez discursos de campanha, melhor será o presidente permanecer em Brasília.
Em meio às reações pessimistas em relação aos PPBs divulgados nesta segunda-feira, o senador Eduardo Braga saiu de reunião com o presidente Jair Bolsonaro com a promessa de que ele deve comandar a reunião do ano do CAS da Suframa no próximo dia 12 de julho, em Manaus.
Bolsonaro disse que vem, mas sua presença não é tudo se não trouxer debaixo do braço um projeto para a solução dos problemas enfrentados pelo modelo que vem alavancando a economia do Estado, e do qual o seu ministro da economia é o principal opositor.
Vir para fazer proselitismo, ou mais uma vez discursos de campanha, melhor será permanecer em Brasília.
A promessa de vir a Manaus saiu meses após o ‘chá de cansaço’ que o presidente deu no compadre dirigente da Suframa, Alfredo Menezes, marcando vindas que foram sendo adiadas.
Menezes, que acompanhou Braga na reunião, ouviu o senador apresentar ao presidente uma série de reivindicações para a Zona Franca de Manaus, para as quais Bolsonaro fez ouvido de mercador. Comportamento típico de um presidente que vê o Amazonas como um problema para o País.
Somente no caso da recuperação da BR-319, o senador teria recebido promessa de inclusão do pleito numa MP que será editada para ‘destravar’ obras federais paradas por falta de licença. Mas nada de concreto.Promessas apenas , que alias é a marca desses governo.
PROBLEMAS COM O CONGRESSO
Os rompantes do presidente Jair Bolsonaro criaram uma situação política tão confusa entre ele e o Congresso, que até o seu partido, o PSL está jogando contra a reforma da Previdência. Assim, a prioridade número 1 do governo pode ser ‘desidratada’ por seus próprios aliados.
É o que avalia o deputado Marcelo Ramos, que preside comissão da reforma, diante do posicionamento do partido em defesa de privilégios para o segmento da segurança pública.
Além de contradizer o posicionamento público de Bolsonaro, de acabar com os privilégios, o PSL quer abrir concessões justamente ao setor com o qual o chefe tem mais ‘intimidade’.
Em meio a essa discussão, sobressai-se a ideia central do capitão de consolidar um ‘poder armado’ como guarda pessoal e ideológica do seu plano de estender além dos quatro anos.
ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, Eduardo Braga, Lava Jato, Moro, The Intercept, ZFM
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.