Mourão assume protagonismo internacional, enquanto Bolsonaro perde batalhas internas
Enquanto Jair Bolsonaro perde guerras internas - não controla os filhos e começa a perder a batalha das reformas no Congresso - o vice Hamilton Mourão assume um protagonismo inédito. Por conta própria propôs um encontro em território neutro com Nicolás Maduro, o presidente da Venezuela.
Mourão fala com a desenvoltura de um presidente.
Não demora para um dos filhos de Bolsonaro cochichar no ouvido do pai de que ele está perdendo espaço, ao menos no cenário internacional, para o vice.
Ainda não pode ser medido o tamanho da ciumeira que isso pode provocar e até onde as relações do presidente com o vice resistirão.
Nunca é demais lembrar que os filhos de Bolsonaro são especialistas em causar transtornos ao pai.
SECRETÁRIO OU DEFENSOR?
O defensor Carlos Almeida não se posicionou ante os deputados como um secretário de Saúde diante de uma crise grave no sistema de atendimento hospitalar. Agiu como o advogado público que tem um caso de denúncia grave, mas que precisa ser apurado com parcimônia.
FERIDA DE MORTE
A saúde pública do Amazonas está ferida e em risco de morte, e com ela arrasta milhares de cidadãos que necessitam diariamente de atendimento e medicamentos de urgência.
Mas a visão jurídica do gestor está focada em processos minuciosos de ‘apuração’ do passado, antes de qualquer medida de solução para evitar as mortes e desatendimentos de agora.
É PARA AGORA, CARLOS
Carlos Almeida falou em seis meses para resolver as pendências. Isso depois que o governador Wilson Lima reconheceu que os recursos do FTI também não vão resolver nada no momento.
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Ambos deram o atestado de que solução do FTI foi apenas um jogo de palavras ‘atravessadas’ para iludir a mídia e a sociedade. Se as dívidas somam R$ 1,1 bilhão, R$ 280 milhões não resolvem.
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Por enquanto, “Isso vai levar em torno de seis meses”, diz Almeida, a crise hospitalar deve continuar, mas o governo de Wilson Lima está querendo tapar o sol com uma peneira furada.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.