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Manaus começa produzir energia limpa com gases produzidos no lixão da AM-010

Por Portal Do Holanda

27/05/2019 19h37 — em
Amazonas


Foto: Alex Pazuello/Semcom

Manaus já está produzindo energia limpa a partir da captação do gás metano em seu Aterro Sanitário, instalado no Km 19 da AM–010 (estrada que liga a capital ao município de Itacoatiara). O potencial elétrico estimado é de 10 megawatts, que já está sendo captado em forma de gás. O projeto-piloto, apresentado nesta segunda-feira, 27/5, pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, com a instalação de um novo gerador, torna autossuficiente toda a operação do complexo e ainda gera um excedente de 120 kilowatts/hora de energia limpa. Além da produção de energia, a captação de biogás instalada no complexo, continua quebrando o gás metano, 22 vezes mais impactante no efeito estufa que o dióxido de carbono (CO²), obtendo, com isso, mais créditos de carbono para a Prefeitura de Manaus.  

Para se ter uma compreensão da potencialidade de produção de energia limpa, pelas tubulações da usina de biogás correm, aproximadamente, 6 mil metros cúbicos por hora e para a geração atual, são utilizados apenas 150 metros cúbicos por hora. De acordo com técnicos do projeto, o potencial de energia da usina de biogás do Aterro Sanitário seria suficiente para abastecer um quarto da estrutura predial de toda a Prefeitura de Manaus. “Já estamos preparando os próximos geradores”, afirmou o secretário Paulo Farias. “Todas essas medidas estão sendo adotadas para aproximar a gestão do lixo da geração de energia limpa e isso é muito importante para a estabilidade do aterro sanitário e para melhorar as condições do meio ambiente urbano”, afirmou o secretário.

 

Queima de gases

Mantido pela Prefeitura de Manaus desde 2008 e essencial para o meio ambiente, a queima limpa de gases de efeito estufa, feita no Aterro Sanitário, elimina 40 mil toneladas de biogás (metano CH4 e CO2) por mês, gerando créditos de carbono ao município.

A geração de créditos de carbono é uma das “moedas universais”, instituídas pelo Protocolo de Kyoto (assinado em 1997), que estabeleceu ao mundo metas de redução de emissão de gases na atmosfera. “A partir daí cada tonelada de CO2 não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser negociada no mercado mundial”, explicou Paulo Farias.

Atualmente, os queimadores ou “flares” processam 6.500 metros cúbicos por hora. De 2009 a 2018, foram reduzidas 3.606.344 toneladas de emissão de biogás (metano), sendo a média diária de 1.039 toneladas de biogás.

 

Saiba mais

Os aterros sanitários são locais para onde os resíduos sólidos urbanos podem ser destinados. Diferentemente dos lixões (depósitos a céu aberto), nos aterros sanitários existe toda uma preparação do solo para que não haja contaminação do lençol freático e das áreas de entorno, assim como o monitoramento do ar para que sejam verificadas as emissões de gases provenientes dos resíduos enterrados ali.

Os aterros de resíduos sólidos normalmente emitem dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera, sendo que esses compostos são gerados pela decomposição anaeróbica dos resíduos orgânicos ali depositados, onde o metano tem um grau de poluição da atmosfera de, aproximadamente, 22 vezes mais que o dióxido de carbono.

O gás emitido durante a decomposição dos resíduos sólidos em um aterro é chamado de biogás e sua composição pode variar levemente, dependendo dos tipos de resíduos descartados ali e suas características.

Gases gerados nos aterros sanitários geralmente são tratados através da queima direta em flares, para que o metano contido nele possa ser transformado em dióxido de carbono, que possui um potencial poluidor várias vezes menor que o metano.

No aterro de Manaus, a operação de controle e medição da emissão dos gases é realizada exclusivamente pela Conestoga-Rovers e Associados Engenharia Ltda. (CRA). A empresa Det Norske Veritas (DNV) é a responsável pela certificação das emissões reduzidas que estão em andamento.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Amazonas, aterro sanitário, energia, lixão, Manaus, Amazonas

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