Leia a Bula de hoje fala sobre 'Canetas Emagrecedoras' — Benefícios e Malefícios
O quadro #LeiaABula está de volta. Nesta segunda-feira (4), a farmacêutica Ednilza Guedes trata de um assunto que tem ganhado repercussão nacional: o uso das chamadas canetas emagrecedoras, como Ozempic e Mounjaro.
Anvisa passa a exigir retenção de receitas médicas para medicamentos como Ozempic e Mounjaro
A popularização das chamadas “canetas para emagrecer”, como semaglutida e tirzepatida, levantou alerta entre especialistas. Segundo a endocrinologista Milene Guirado, essas substâncias atuam no controle do apetite e no metabolismo da glicose, mas devem ser usadas com responsabilidade e acompanhamento médico.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCB) apontou que a obesidade atingiu 9 milhões de brasileiros em 2024. Guirado ressalta que, apesar da eficácia dos medicamentos, o uso isolado pode levar à perda de massa magra, fraqueza, desidratação e deficiência de nutrientes, além de evoluir para quadros de osteoporose e até simular sintomas de Alzheimer.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que farmácias devem reter receitas de medicamentos como Ozempic, Saxenda, Wegovy e similares. A medida entra em vigor 60 dias após publicação no Diário Oficial da União.
Sem prescrição médica, o uso pode desencadear efeitos adversos graves como náuseas, vômitos e pancreatite aguda. A médica também alerta que pessoas com histórico de carcinoma medular da tireoide não devem utilizar esses medicamentos.
"A estética tem pesado tanto quanto a saúde, e isso gera o apelo por soluções mágicas. Mas sem mudança de hábitos, o resultado é apenas temporário", afirma Guirado. Ela destaca que o acompanhamento psicológico é essencial para evitar transtornos como depressão e ansiedade.
Mesmo durante o tratamento com as canetas, alimentação equilibrada e atividade física são indispensáveis. Há ainda outras opções terapêuticas, como Contrave, Topiramato e Lisdexanfetamina — todas exigem prescrição e avaliação médica.
Guirado conclui: “A obesidade é uma doença crônica, multifatorial e recidivante. Em alguns casos, a medicação contínua é necessária. Não se abandona o tratamento apenas porque houve melhora.”
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