SÃO PAULO - O Ibovespa tem um novo pregão de alta, dessa vez sustentado pelo setor bancário, que tem o maior peso na composição do índice, que é o principal de ações da B3 (ex-BM&FBovespa e Cetip). A alta é de 1%, aos 66.581 pontos. Já o dólar comercial opera com leve queda de 0,12% ante o real, cotado a R$ 3,115.

Na avaliação de Luiz Roberto Monteiro, operadora da Renascença Corretora, o noticiário corporativo é o destaque do pregão. No entanto, os investidores aguardam para amanhã a votação no Congresso Nacional que vai definir o futuro político do presidente Michel Temer. A expectativa é de uma vitória do governo.

— As notícias corporativas e os balanços do segundo trimestre estão surpreendendo. Fora isso, há a expectativa em relação à votação no Congresso, que pode dar poder ao governo em termos de viabilizar ou não as reformas — avaliou.

Quem puxa a alta do setor bancário é o Itaú Unibanco, que ontem anunciou um lucro líquido contábil de R$ 6 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 9% na comparação com igual período do ano passado. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da instituição financeira sobem 3,72%. “O resultado do Itaú foi melhor do que o esperado, com queda na inadimplência, que saiu de 3,6% no segundo trimestre do ano passado e 3,4% no primeiro trimestre deste ano para 3,2%, o que gerou uma menor provisão para devedores duvidosos. Aliado a isso, houve expansão na margem financeira com clientes e controle de gastos. Em suma, resultado positivo. Reiteramos nossa visão positiva com as ações do Itaú”, avaliaram os analistas da XP Investimentos.

O movimento também beneficia os concorrentes, mas com ganhos menos expressivos. As do Bradesco registram valorização de 1,49%. Banco do Brasil sobe 2,50% e Santander, 1,96%.

Esse desempenho foi suficiente para compensar as quedas registradas nos papéis da Petrobras e da Vale. As preferenciais da estatal caem 0,60%, cotadas a R$ 13,21, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) têm queda de 0,65%, a R$ 13,71. No caso da mineradora, o recuo é de 0,71% nas PNs e de 0,67% nas ordinárias.

Ainda entre as empresas que divulgaram balanço, os papéis do Magazine Luiza tem alta de 1,72%. Já as da Suzano disparam 6,77% com a possibilidade de migração para o Novo Mercado, nível de maior governança corporativa entre as empresas com ações em circulação no Brasil. A migração das ações preferenciais para ordinárias foi aprovada na segunda-feira pelo Conselho de Administração da empresa de papel e celulose.

Os investidores repercutem ainda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a Selic em um ponto percentual, para 9,25% ao ano. A expectativa é de um novo corte da mesma magnitude na próxima reunião.

No exterior, o dólar opera perto da estabilidade. O “dollar index”, que mede o comportamento da divisa americana frente a uma cesta de dez moeda, tem leve alta de 0,12%.